A partir de hoje já pode circular na A23 sem pagar portagens. A abolição do pagamento abrange ao todo sete autoestradas ex-scut no interior do país. Mas agora o que se impõe é a desmontagem de todos os pórticos ao longo da via, para impedir que o governo imponha de novo as portagens.
Esse é, pelo menos, o parecer da Comissão de Utentes da Via do Infante e das Comissões de Utentes dos Serviços Públicos da Região do Médio Tejo. Mas o porta-voz da Plataforma p’la reposição das SCUTs A23 e A25, Luís Garra, diz que o importante é que a abolição que entra em vigor hoje, se traduza na reposição das Scut’s “com ou sem pórticos”.
“Porque a reposição das escutes significa que é sem custos para o utilizador. Se com pórticos, sem pórticos, essa é a questão menos importante. É evidente que, se não houver pórticos, é bastante melhor. Se lá ficarem, aquilo que nós vamos lutar é para que eles, quanto muito façam parte da história, sejam parte do museu, em que, quando passarmos por eles, nos lembraremos que houve quem resistisse e houve quem nunca desistisse. Mas, se lá estiverem, nós vamos considerá-los sempre como um memorial ao esbulho que foi feito ao interior”.
Recorde-se que, depois de várias reduções aplicadas, a decisão definitiva de abolição do pagamento de portagens só chegou no dia 22 de junho, com a aprovação de um projeto de lei do PS, com votos contra do PSD e CDS-PP.
Por outro lado, é também a partir de hoje que aumentam o custo das portagens noutras autoestradas do país, nomeadamente nos percursos longos para o Porto, Algarve e Espanha.
Agora, com o principal objetivo alcançado, a plataforma direciona-se agora para outras lutas, nomeadamente para “um plano de mobilidade para a Beira Interior”, que já tinham apresentado ao governo socialista, e que agora sofreu “acertos” e vai ser apresentado ao atual governo, esclarece Luís Garra, destacando que esta deve ser também a bandeira de “todo o interior”.
“Novas lógicas de abordagem do que deve ser a mobilidade no interior”, às quais a Plataforma pela reposição das SCUT’s continua atenta, garante o responsável.