Ainda não foi desta que o Sp. Covilhã venceu na fase de subida, mas merecia pelo segundo tempo realizado. O guardião bracarense evitou com duas espectaculares defesas a remates de José Pereira (65’)e Renato Soares (70’), golos ao adversário, mantendo sempre o resultado final em aberto.
O golo fantástico apontado através de pontapé de bicicleta por Elijah Benedict, empatou a partida aos 56’ (mais do que merecido na altura).
Michel rematou ao poste direito da baliza, aos 50’. Diogo Ferreira, falhou escandalosamente, na área, a rematar para fora, aos 81’.
Foram, de facto, várias situações de golo criadas e desperdiçadas pelos serranos.
Na 1ª parte, o encontro foi enfadonho, fraco e sem oportunidades de golo, dos dois conjuntos.
No entanto, sem ninguém o prever, numa rápida transição ofensiva, Yan, após cruzamento de Mathys, na direita, marcou de cabeça. Um erro…um golo sofrido.
Com duas substituições ao intervalo, Francisco Chaló, conseguiu mudar completamente as dinâmicas de um jogo de pouca qualidade e que, só por detalhes (mérito defensivo bracarense, com destaque para o guarda-redes Bernardo) que o Covilhã não conseguiu vencer e/ou, pelo menos empatar.
O tento tardio do suplente Ricardo Rei (90’+3). valeu o triunfo (2-1) no Santos Pinto, permitindo assim ao Braga B manter-se na 2.ª posição do apuramento do campeão da Liga 3.
O lance decisivo, teve como intervenientes dois jogadores lançados nos últimos minutos por Hugo Freitas. Dinis fez um cruzamento atrasado, de primeira, direcionado à cabeça de Ricardo Rei, que correspondeu com uma finalização irrepreensível, garantindo 3 pontos importantíssimos na luta na promoção, após falha defensiva de Tiago Moreira, que acreditou que o esférico iria sair pela linha final, puro engano.
Os arsenalistas alcançaram assim, um desfecho feliz, para uma 2.ª parte de sofrimento, após uma reação impressionante do Sp. Covilhã, que já não vence há mais de três meses, mas merecia.
No final do jogo, a RCB encontrou na sala de imprensa do estádio Santos Pinto, um treinador serrano, triste, frustrado, pelo resultado obtido, mas também, pela má 1ª parte realizada e erros cometidos.
Francisco Chaló começa por dizer que ” é cruel perder assim, mas temos de pensar naquilo que são os nosso erros também. Estamos numa fase, onde basta haver uma falha qualquer e as coisas acontecem. A primeira parte nossa foi horrível. Desiludiu-me, desapontou-me, foi frustrante, até porque trabalhamos muito e bem durante a semana, e tudo isso, apenas aconteceu na segunda. Tivemos uma primeira parte completamente alheados do jogo, não tivemos bola, fomos uma equipa passiva, sem dinâmica e proatividade nenhuma, falhamos passes e fomos sempre reactivos e não activos e ainda por cima sofremos um golo no final, perfeitamente evitável. Na segunda parte, tudo mudou, falhamos inúmeras oportunidades, falhamos mesmo, golos cantados, onde teríamos colocado um ponto final na partida, mas isto é recorrente. Nós não podemos chamar a tudo isto, só azar. São muitas situações repetidas e isso, não pode acontecer, não pode. Não podemos sofrer golos como os de hoje e/ou em Lourosa, por exemplo. Os erros individuais têm sido determinantes, pela negativa, para que, mais as falhas na finalização, de não termos ainda ganho um jogo. O Braga é uma excelente equipa, mas hoje não mereceu ganhar. Mas o problema é nosso. Na 2ª parte, os nossos jogadores deram tudo, até parecia outra equipa, fomos melhores, dominamos, mas, tudo isto, tem de ser ao longo dos 90′. Estou muito triste e com uma grande mágoa, com esta derrota. Os jogadores, todos, têm de dar mais. Para o Covilhã, se perder já é mau, empatar no Covilhã, também não é positivo, se não, é uma de Pelé e outra de Lelé”. Refere o técnico de 60 anos.
Chaló deixa ainda uma palavra para os adeptos do clube.
“Sinceramente, nesta altura, o melhor do Covilhã, não é o treinador, nem os jogadores, são os adeptos e sócios. Eles têm sido incansáveis durante todos os jogos do princípio ao fim. A massa adepta é muito importante. A educação, civismo, aquilo que a massa adepta do Covilhã tem demonstrado é um exemplo para o mundo. Não é fácil para uma equipa que não ganha, ser apoiada pelos adeptos, não é fácil uma equipa que não ganha, ser insultada, não é fácil, deviam ser também erradicados os insultos, mas, não é fácil, ver estes adeptos, verem uma 1ª parte horrível, a apoiarem, a entrar na 2ª parte, a verem uma excelente 2ª parte, a apoiarem, a verem mais uma vez a sua equipa a perder e a apoiarem. Portanto, quem não se sente, não filho de boa gente. Eles têm-se sentido e responsabilizam o grupo de trabalho. Vocês, jogadores e treinadores, não têm desculpa para não renderem. Não há pressão nenhuma deles, a não ser…positiva. Esta atitude dos adeptos do SCC, deveria ser um exemplo para a FP Futebol, para filmarem os jogos do Covilhã e verem o excelente sinal de fair-play no apoio a uma equipa de forma incondicional. Convido a FPF a vir filmar os jogos e ver o que é fair-play”. Rematou.
Quanto a Hugo Freitas, o técnico bracarense começa por deixar as condolências ao treinador da equipa A do Sp. Braga, Rui Duarte, pela morte do seu filho e quanto ao jogo “fomos uma equipa que teve que sofrer, mantendo a nossa identidade de jogo de posse. Sentimos um Sp. Covilhã agressivo a pressionar muito e isso, revelou-se num jogo de qualidade das duas equipas. Tivemos a competência de fazer um primeiro golo na 1ª parte, mas também é verdade que na 2ª parte, o SCC foi mais agressivo, procurou condicionar o nosso jogo, foi superior nesse período e tornou-se um jogo extremamente competitivo e depois dar os parabéns aos nossos jogadores, uma vez que , o jogo tem 90′, procuramos sempre a possibilidade de poder marcar de novo um golo, assumir o jogo e ter coragem para ganhar e acreditar até ao fim e marcamos no final. Fomos felizes, sim, mas a felicidade também se procura, perante um adversário que também teve as suas oportunidades e tivemos um excelente Bernardo que esteve muito bem. Foi de facto um bom jogo de futebol, e alcançamos três pontos muito importantes, na nossa caminhada”. Afirmou.
No próximo domingo, 28 de abril, o Sporting da Covilhã desloca-se a Lisboa, para defrontar o Atlético CP, às 15 horas, com relato na RCB (jornada 11).
Nota de Rodapé: Este jogo teve também um cariz solidário. O Sporting da Covilhã convidou os adeptos a angariarem alimentos e sensibilizá-los para a adopção dos amigos de 4 patas, a favor das instituições, Instinto, NOA e CroACovilhã.