A Câmara Municipal de Castelo Branco decreta dois dias de luto (7 e 8 de março) pela morte de António Salvado. O município expressa pesar e consternação pelo falecimento do professor, poeta e escrito e coloca a bandeira a meia haste no edifício dos Paços do Concelho.
Em nota de pesar, a CM Castelo Branco sustenta quer o poeta, foi apreciado professor do ensino secundário e superior, distinguindo-se enquanto diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, onde deixou marca de serviço relevante público, ocupações profissionais que tornaram o seu nome por demais conhecido em Castelo Branco.
“Figura de relevo na cultura albicastrense, mas também a nível regional e nacional”, António Salvado é considerado um dos maiores poetas portugueses da contemporaneidade, com uma obra poética que se estende por mais de 100 títulos publicados, a qual tem sido reconhecida em Portugal e no estrangeiro, sobretudo em Salamanca, em cuja universidade titulava uma cátedra.
Foi também tradutor de poetas castelhanos e latino-americanos.
O seu nome atingiu maior amplitude através do Prémio Internacional de Poesia António Salvado/Cidade de Castelo Branco, que cumpre este ano a sua terceira edição, e tem suscitado elevada e qualificada adesão por parte de poetas de renome, nacionais e espano-latino americanos.
Além do ofício poético, António Salvado é autor de um considerável registo de textos em prosa, sejam de carácter biográfico ou recensório de autores conhecidos, mas também de ordem ensaística.
Importa ainda considerar um apreciável conjunto de artigos relacionados com a problemática da identidade e função de Museu, inclusive na relação deste com a comunidade, destacando-se neste particular o seu exercício enquanto diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, onde desenvolveu uma série de ações multidisciplinares, retirando este espaço de uma mera fruição “museológica”.
Dirigiu a segunda e terceira série da revista de história e cultura Estudos de Castelo Branco fundada em 1961 pelo notável medico José Lopes Dias.
Coordenou suplementos literários e tem colaboração dispersa em publicações periódicas, nomeadamente em jornais da cidade e da região.
Participou na organização das jornadas de medicina na beira interior desde a sua criação até aos dias de hoje.
O seu magistério docente mantém-se vivo naqueles que tiveram a oportunidade de ser seus alunos.
O seu nome e a sua obra vão decerto permanecer na memória de todos albicastrenses, através do seu legado poético, em particular, e pelo acervo bibliográfico e documental que legou à Cidade de Castelo Branco, o qual será património da futura “Casa António Salvado”.
A Câmara Municipal de Castelo Branco apresenta à Família enlutada as mais sinceras e sentidas condolências.