O Agrupamento de Escolas do Fundão voltou esta sexta-feira a abrir portas à comunidade com mais uma edição da Caminhada AEF em Família. O evento, que já vai na sua terceira edição, reafirma o papel da escola como espaço de encontro, inclusão e proximidade com as famílias. Para o diretor do agrupamento, essa ligação continua a ser central, sobretudo num momento de encerramento de ano letivo, onde também se começam a medir os efeitos do trabalho desenvolvido.
Mais do que um passeio coletivo, a Caminhada AEF tem vindo a afirmar-se como um gesto concreto de envolvimento com a comunidade. Vanessa Nunes Gil, da organização, explicou que cerca de 80% das inscrições correspondem a alunos e respetivas famílias, considerando que “estamos a alcançar perfeitamente o nosso objetivo”, que passa por envolver a comunidade escolar, em particular os encarregados de educação.
De acordo com a docente, as inscrições mantêm-se na casa das 250, como nos anos anteriores. Recordou que a edição passada ficou marcada pela chuva, o que reduziu a participação, mas este ano, optando por junho em vez de maio, os números voltaram a estabilizar. Ainda assim, frisou que “há sempre algumas desistências, mas também inscrições de última hora”, e que a escola continua a abrir as portas “a toda a participação”.
A preocupação com a inclusão continua a ser uma marca do evento. Vanessa Nunes Gil salientou que a caminhada inclui percursos curtos, sem tempo estipulado, acessíveis a bicicletas, carrinhos de bebé ou cadeiras de rodas, explicando que “o tempo não nos interessa” e que o percurso foi pensado para ser acessível “desde os mais pequeninos aos avós”, garantindo que essa lógica de inclusão é para manter.
Apesar dessa continuidade, a organização procura trazer sempre algo novo. Este ano, o momento de convívio — que incluiu lanche partilhado — teve animação musical a cargo de um aluno da escola, no papel de DJ. Vanessa Gil afirmou que a intenção foi “valorizar os talentos internos” e reforçar a ligação dos alunos à escola e à comunidade. Admitiu que “já temos ideias para o próximo ano”, mas preferiu não as revelar para já.
Para Joaquim Guedes, diretor do Agrupamento de Escolas do Fundão, a Caminhada AEF é apenas uma das formas de reforçar a abertura da escola à comunidade. Considera que é uma oportunidade para acolher “quer os que já estão, como aqueles que poderão vir a estar” defendendo que todos fazem parte da comunidade escolar.
O responsável lembrou que, para lá destas atividades visíveis, o dia-a-dia do agrupamento é feito de desafios constantes. Gerir dez escolas e uma população diversa de alunos e famílias exige esforço permanente. “Nunca é fácil”, reconheceu, mas garantiu que a prioridade passa por “servir os nossos alunos” e assegurar que “andem aqui satisfeitos e consigam os seus objetivos”.
Com o ano letivo a terminar, o diretor acredita que é agora que se começa a perceber o impacto do trabalho desenvolvido. Assumiu que “os alunos aderem muito facilmente aos projetos”, mas é na reta final, nos exames e nas avaliações, que se testam os resultados. Espera, por isso, que consigam “transpor agora, nos resultados finais, aquilo que foi o trabalho deles ao longo do ano”.
Sobre o conceito de “resultados”, Joaquim Guedes fez questão de esclarecer que não se trata de médias elevadas ou entradas em cursos prestigiados. Para si, os verdadeiros resultados são “atingir aquilo que é a ambição de cada aluno”. Sublinhou que “não significa que sejam todos alunos de 20 ou que vão para Medicina”, mas sim que consigam concretizar os seus próprios objetivos. Ainda no campo da concretização de objetivos, o diretor garante que o novo Centro Tecnológico de Informática, cuja obra esteve atrasada por dificuldades de acesso ao financiamento, estará pronto a funcionar logo no arranque do próximo ano letivo.














