A falta de apoio do governo à atividade internacional da Federação nacional das Associações dos Dadores de Sangue (FAS) é uma das dificuldades denunciadas pelo novo presidente da instituição. Paulo Cardoso, dos Dadores de Portalegre, foi eleito por unanimidade na Assembleia Geral que teve lugar na Covilhã.
Eleito para o triénio 2023-2025 com 62 votos a favor, Paulo Cardoso tomou posse este sábado na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI. O novo presidente da Federação das Associações dos Dadores de Sangue revelou que “todos os anos, nos primeiros meses, os dirigentes associativos têm de adiantar dinheiro do seu bolso para garantir a atividade das suas associações”, não havendo apoio imediato do governo.
Paulo Cardoso adianta ainda que a FAS “representa o país no plano internacional, com lugares destacados na Federação Internacional de Organizações de Dadores (FIOD)”, mas que nem assim, “ao contrário das federações de outros países”, o governo atribui “um cêntimo” de ajuda para a atividade além fronteiras. “Claro que sabemos que se aposta milhões na federação de futebol e tostões na dádiva de sangue”, remata o dirigente, indicando ainda que os critérios do apoio financeiro não distinguem o trabalho das filiadas da FAS.
Contrariar este cenário é um dos desafios da nova direção. Mas outro objetivo é continuar a trabalhar com o Comité Jovem. “Temos a noção que os jovens são o futuro das nossas associações, da FAS e da garantia da dádiva de sangue. Queremos continuar o trabalho nas escolas e projetos que reúnam jovens como o ACANAC e, este ano em especial, nas Jornadas Mundiais da Juventude, onde estaremos empenhados na captação de jovens para a dádiva de sangue”.
Paulo Cardoso assegura que a Federação vai continuar a trabalhar com o Instituto Português do Sangue e a ter um papel ativo na FIOD. Mas vai, sobretudo, “continuar ao lado dos grupos e associações” de maneira a garantir a missão da FAS: “garantir a manutenção das reservas nacionais de sangue e componentes sanguíneos assim como a afirmação do movimento associativo com capacidade para fidelizar dadores”.
Paulo Cardoso foi candidato único ao ato eleitoral, sucedendo assim a Joaquim Mendes Silva, que agora assume a presidência da mesa da Assembleia Geral. Cargo antes ocupado por Francisco Barbosa da Costa, que neste encontro foi aclamado para o grau de presidente honorário, juntando-se assim ao fundador da federação, comendador Joaquim Alves.