A Ministra da agricultura está disponível para encontrar soluções estruturais que resolvam o problema da quebra de produção da cereja, que este ano poderá chegar aos 70% devido às condições climatéricas. O desafio deixado por Maria do Ceu Antunes, ontem no Fundão, durante a apresentação da campanha da cereja 2023.
“Nós temos de tomar medidas estruturais, e estamos disponíveis para com as Associações de Agricultores e Câmara Municipal abrir um aviso específico para a cobertura destes pomares em sistema de túnel. Mas, em vez de colocarmos um plástico, que seja orgânico que seja biodegradável, cobrirmos parte destes túneis com uns filmes capazes de produzir energia limpa.”
Um sistema que, segundo a governante, vai permitir “duplicar a produtividade e criar condições para a sustentabilidade económica e ambiental deste setor.”
Um setor que vale 39 milhões de euros na economia local e que cresceu 79%. Um crescimento a que não é alheia a criação da marca Cereja do Fundão, refere Paulo Fernandes.
“Isso tem sido a grande alteração de paradigma nos últimos anos, é que esta marca, esta Identificação Geográfica Protegida, tem ajudado muito a reter o valor criado na produção, aumentando o valor em termos absolutos do produto, o que faz com que a cereja tenha um preço diferenciador no mercado, permitido atrair mais capital, mais conhecimento e dar mais sustentabilidade, a todos os níveis, mas também económica.”
A Campanha 2023 da Cereja do Fundão, mantém a aposta na promoção da cereja no território nacional, atraindo visitantes ao Fundão através da realização da Festa da Cereja, em Alcongosta, de 9 a 11 de junho e da promoção do turismo de experiências, como a apanha da cereja, o comboio turístico, comboio da cereja ao fim de semana, os voos de balão, passeio a pé, em BTT, de Tuk Tuk, cestas de picnic e produtos de merchandising.
Mas, não é só a cereja a chamar visitantes ao Fundão, o quiosque da cereja vai andar pelas cidades de Lisboa e Aveiro e a cereja do Fundão também vai chegar a 20 restaurantes de renome do país.
“Este ano iremos ter cerca de 20 restaurantes, do melhor que o país tem, de norte a sul do país, sobretudo na Grande Lisboa e Grande Porto, onde fazemos sempre aquela permuta em que a entrega de cereja tem como retorno a criação de um prato, feito por um Chef, em que um dos ingredientes é a cereja do Fundão.”
Uma experiência que tem trazido um bom retorno levando, atrás da cereja, outros produtos agroalimentares.
