O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas denunciou esta quinta-feira, através de um comunicado, o atraso da Misericórdia de Belmonte no pagamento de salários e subsídios aos trabalhadores. Situação que o provedor da instituição já veio esclarecer.
Numa nota enviada à comunicação social, o sindicato dos trabalhadores acusa a misericórdia de Belmonte de “gozar com quem trabalha”, deixando os trabalhadores “sem salários e desesperados”.
De acordo com a estrutura sindical, nos últimos meses a SCMB “tem pago aos trabalhadores de forma irregular, fora do prazo legal”. O mês de junho foi pago com um mês de atraso e ontem, 10 de agosto, foi depositado 30% do salário de julho.
O provedor da instituição, José Manuel Figueiredo, já veio confirmar o atraso nos pagamentos, mas explica, em comunicado, que foi submetido e aprovado um Plano de Reequilíbrio Financeiro, no âmbito do Fundo de Socorro Social, que “vai permitir iniciar o pagamento da dívida, onde se incluem os trabalhadores da instituição”.
Entretanto, face à burocracia associada ao pedido de pagamento desse subsídio, e para que o pagamento dos valores em atraso seja “mais imediato”, a Misericórdia de Belmonte solicitou à banca um pedido de crédito.
O provedor nega algumas das afirmações feitas pelo sindicato dos trabalhadores. Nomeadamente, a necessidade da instituição em fazer despedimentos por ter “muita gente”, enquanto “exige às trabalhadoras do turno da noite”, por falta de pessoal, que a higienização dos utentes comece às 5h30.
José Manuel Figueiredo diz que as alegações “não correspondem minimamente” ao que foi dito numa reunião com as trabalhadoras. Admite que “se torna necessário proceder a algumas medidas de contenção, reestruturação, correção e otimização” da receita e da despesa, mas garante “não ser intenção da Misericórdia proceder ao encerramento de alguma das suas valências”, não sendo também verdade que os utentes estão a ser levantados aquela hora para higienização.
Ainda de acordo com o sindicato, foi pedida a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), “que está a acompanhar esta situação”.