Neste Dia Internacional da Mulher a Comissão distrital da Igualdade entre Mulheres e Homens da União de Sindicados de Castelo Branco (USCB/CGTP) apresentou, na Covilhã, o “Monumento da desigualdade”. Uma instalação simbólica que pretende destacar os obstáculos da mulher no mundo laboral.
O “Monumento das Desigualdades” instalou-se esta quarta-feira na Praça do Município da Covilhã, para assinalar o Dia Internacinonal da Mulher. Através de uma metáfora gráfica, o coordenador da união de sindicatos de Castelo Branco, Sérgio Santos, explica que se pretende destacar os desafios laborais e sociais do género feminino.
“Se repararem, a figura do homem vai da cabeça ao chão e a da mulher tem um obstáculo que tem de ultrapassar para chegar ao mesmo nível. É este obstáculo que nós queremos que desapareça porque é a desigualdade salarial.. aliás há muita desigualdade entre homens e mulheres, a gente sabe. Agora há as leis da paridade, mas nós não deviamos ter uma lei da paridade, devia haver meritocracia, porque é que havemos de impôr em vez de respeitar o que nós somos. É isto que nós reivindicamos durante o ano, não é só hoje”.
Na génese da desigualdade estão os salários díspares entre mulheres e homens; a percariedade que antinge maioritariamente o género feminino e a desvalorização profissional. Mas entre os vários desafios que a mulher efrenta no mundo laboral, a coordenadora da Comissão distrital de Igualdade entre Mulheres e Homens, Gabriela Gonçalves, diz que o maior é a conciliação entre a vida familiar e profissional porque “com os horários e o nível de exigência que cada vez mais os trabalhos estão a ter, porque quando subimos de patamar o trabalho exige mais, a conciliação ainda é muito difícil e também não temos estruturas sociais para combater isso. Os nossos salários são baixos e não dão para nós fazermos face a todas as despesas que temos”.
A coordenadora admite que “já muitos passos foram dados ao longo destes anos, já conseguimos alguns objetivos, mas ainda não os conseguimos todos. Ainda existem desigualdades salariais entre mulheres e homens e existem algumas profissões que são mais dadas aos homens”.
É para este tipo de “discriminação” que a União de Sindicatos de Castelo Branco e a Comissão distrital para a Desigualdade entre Mulheres e Homens pretendem alertar, através do monumento simbólico apresentado esta quarta-feira na Covilhã, mas também através das ações de contestação que vão realizando ao longo de todo o ano.