A associação “Move Beiras” vem, em comunicado, saudar a reabertura do troço entre Celorico da Beira e Mangualde, na linha da Beira Alta, mas expressa o seu lamento o facto de os comboios “ainda não regressarem à totalidade do troço que foi encerrado há três anos”.
A associação tem esperança de que “a reabertura total possa acontecer a tempo do verão e que as intervenções ainda pendentes possam decorrer sem perturbar muito o regresso total dos comboios, de mercadorias e de passageiros”, temendo que “mais um atraso possa deixar a Guarda definitivamente apeada perante os avanços em Salamanca”.
A oferta ferroviária é outras das questões que preocupa a “Move Beiras”. A associação refere que actualmente “apenas é constituída por dois comboios regionais diários por sentido entre Vilar Formoso e Mangualde, deixando de fora as paragens de Baraçal e Gouveia que recentemente foram renovadas”.
Também a ligação vespertina desde Vilar Formoso “fica prejudicada com o ajuste horário que permite ao comboio chegar a Mangualde, mas que aumenta a distância temporal para Lisboa, dado que os tempos de transbordo aumentaram substancialmente, o que tornou ainda menos apelativo o já muito enfraquecido eixo entre a Guarda e Vilar Formoso”.
A associação refere que está a aguardar com expectativa “a apresentação da oferta final e uma estratégia de captação de passageiros que a tutela terá de adoptar”, considerando que “repor só os comboios que existiam e acenar com o passe ferroviário verde não é suficiente para um território que ficou privado do comboio o quádruplo do tempo inicialmente previsto”.
Para a “Move Beiras” é preciso “mais ambição” e “apresentar uma oferta coesa, ao serviço das necessidades da região, articulada com as linhas do Norte e Beira Baixa e apontar a novos destinos como Figueira da Foz, Porto e Salamanca, quando tal for permitido pela interoperabilidade”, acrescentando que “não há melhor momento para revolucionar a oferta das linhas da Beira Alta e Beira Baixa do que agora, sempre numa óptica de melhorar e não tirar serviços às populações”.
A associação afirma que aguarda “com esperança e expectativa a conclusão de todos os trabalhos na linha da Beira Alta” para que a via fique operacional “sem qualquer tipo de condicionantes” o que vai permitir “trazer a bordo a população que ficou privada do comboio durante demasiado tempo”.