Segundo a presidente da Junta de Freguesia, Maria Ressurreição Saraiva, estes novos residentes vieram dar uma nova dinâmica à aldeia que tem vindo a perder habitantes desde a década de 70 do século XX.
Os últimos Censos apontam para 539 residentes na Orca, mas ainda não contam com todos os elementos desta nova comunidade.
“Temos uma grande comunidade de estrangeiros, a população vê com bons olhos a chegada deles e eles dinamizam também muito e participam já nas atividades. Este ano, na festa da Nossa Senhora de Oliveira, vieram ter comigo pedir para serem nomeados para a Comissão de Festas, e estão lá, eles estão integrados.”
A língua é a principal barreira, que se vai ultrapassando no dia a dia com a utilização de tradutores, “não é fácil, mas vamos ultrapassando, hoje em dia temos os telemóveis, com o tradutor e vamo-nos entendendo.”
Além disso, este mês de outubro, vai iniciar uma turma de português, língua não materna, para dar continuidade a aprendizagem iniciada no ano passado.
“No ano 2023 decorreram na freguesia aulas de português, direcionadas para essa população, e no mês de outubro vai iniciar-se novamente com uma turma. Fizeram a primeira fase e agora vão fazer a segunda fase e temos bastantes.”
A nova comunidade de outras latitudes do planeta é um fenómeno “bastante expressivo”, a que se junta a comunidade de jovens portugueses que optaram por morar no interior. “Nós temos casais de jovens que vieram da capital, que deixaram a confusão das grandes cidades e vieram instalar-se uns dentro da aldeia e outros no campo.”
As crianças voltaram a ouvir-se nas ruas da aldeia, “só dessa comunidade temos 10 a 15 crianças”, mas ainda não em número suficiente para reabrir a escola.