Entre o dia da dissolução da Assembleia da República e o fim dos debates televisivos, todos os partidos políticos candidatos às legislativas fizeram mais de seis mil publicações nas várias redes sociais, tendo registado também um aumento de seguidores. A aposta dos partidos na internet é uma das conclusões do estudo desenvolvido na Universidade da Beira Interior, que analisa o desempenho online dos partidos e dos respetivos líderes no âmbito das eleições de 10 de março.
Desenvolvido por investigadores do LabCom – Comunicação e Artes, o estudo “Radar das Legislativas” mostra como os líderes políticos aproveitam a esfera pública digital para chegar a mais eleitores.
A investigação, que resulta de mais de 11 mil publicações e 10 milhões de interações no Facebook, Instagram, Youtube, Tiktok e X (antigo Twitter), mostra que entre todos os partidos foram feitas, pelo menos, 6 mil 251 publicações nas redes sociais.
Entre o dia 9 de novembro de 2023 (data de dissolução da Assembleia da República) e 19 de fevereiro de 2024 (fim dos debates televisivos), verificou-se também um crescimento de quase 89 mil seguidores.
O Facebook é a plataforma mais utilizada, somando mais de duas mil publicações, seguindo-se o X (1 763) e o Instagram (1 471).
Apesar do PCP ser o partido que mais conteúdos publica no Facebook, Instagram, Tik Tok e Youtube, nestas plataformas é o Chega que arrecada mais seguidores. Um cenário que se altera na plataforma X, com a Iniciativa Liberal a liderar.
“Além do potencial para chegar a públicos muito diversos, estas plataformas permitem fugir à mediação informativa dos media tradicionais”, referem os autores do estudo que apontam para as redes sociais como um instrumento para alcançar o eleitorado mais jovem, visto que, de acordo com um inquérito preliminar “cerca de 70%” dos estudantes do ensino superior “afirmam acompanhar o atual cenário político nacional em plataformas como o Facebook, Instagram e Youtube.
Lançado esta segunda-feira, o estudo “Radar das Legislativas” faz a análise de todas várias redes sociais, divididas por secções. O relatório está disponível na página web do LabCom.