A Plataforma P’la Reposição das SCUT A23 e A25 promoveu esta terça-feira, na Covilhã, uma ação simbólica para marcar o fim das portagens nas autoestradas A23 e A25, que terá efeito a partir de 1 de janeiro de 2025. “Beira Interior sem portagens – Obrigado aos que nunca desistiram” é o que se pode ler nas várias faixas deixadas ao longo das entradas daquelas autoestradas. Apesar da congratulação, a plataforma ainda mantém outras lutas.
A distribuição de faixas de agradecimento pelas várias entradas da A23 e A25, vem reconhecer o esforço das várias entidades que, “nunca desistiram” e “tiveram a coragem e lucidez de avançar contra a imposição e a introdução de portagens na A23 e A25”, explicou aos jornalistas o representante Luís Garra.
“Houve sempre oposição a essa medida. Houve oposição por parte das comissões de utentes, houve oposição por parte das uniões de sindicatos, houve oposição por parte das instituições empresariais, houve oposição por parte da ESI – Empresários pela Subsistência do Interior. Portanto, as várias entidades e organizações que andavam a intervir no terreno entenderam que era preciso juntar forças, fizeram-no e aconteceu que, de 2017 para cá (data em que foi constituída a Plataforma pela Reposição das SCUTs), os resultados foram evidentes. Com reduções, não aquelas todas que nós queríamos, e agora, finalmente, com a eliminação”, explicou na conferência de imprensa desta terça-feira.
“Está hoje claro”, aponta o representante, que no dia 1 de janeiro não se pagará mais portagens nas autoestradas do interior, embora “contra a vontade do ministro das infraestruturas e do próprio primeiro-ministro”.
A lamentar está, no entanto, o discurso do governo que fala “dos perigos do aumento da despesa em torno destas questões, como se fosse mau para a economia, ou para a dinâmica social, quando todos sabemos que o governo sustenta a sua tese de redução do IRC na base de que essa quebra – na ordem de 400 milhões de euros – vai dinamizar a economia e, portanto, aumentar a receita”, esclarece Luís Garra.
Embora a eliminação das portagens esteja garantida para 2025, o representante da Plataforma espera que a resolução se traduza na reposição das SCUT’s.
“Porque a reposição das scut’s significa que é sem custos para o utilizador. Se com pórticos ou sem pórticos, essa é a questão menos importante. É evidente que, se não houver pórticos, é bastante melhor. Se lá ficarem, aquilo que nós vamos lutar é para que eles, quanto muito façam parte da história, sejam parte do museu, em que, quando passarmos por eles, nos lembraremos que houve quem resistisse e houve quem nunca desistisse. Se lá estiverem, nós vamos considerá-los sempre como um memorial ao esbulho que foi feito ao interior”.
Com o principal objetivo alcançado, a plataforma direciona-se agora para outras lutas, nomeadamente para “um plano de mobilidade para a Beira Interior”, que já tinha apresentado ao governo socialista, e que agora sofreu “acertos” e vai ser apresentado ao atual governo, esclarece Luís Garra, destacando que esta deve ser também a bandeira de “todo o interior”.
“Novas lógicas de abordagem do que deve ser a mobilidade no interior”, às quais a Plataforma pela reposição das SCUT’s continua atenta, garante o responsável.