Os institutos politécnicos portugueses estão descontentes com os resultados do programa FCT Tenure, destinado à contratação de doutorados para carreiras científicas e docentes. Segundo o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), o programa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) atribuiu apenas 6% das posições a politécnicos e escolas não integradas. Uma “discrepância” que consideram prejudicial para o equilíbrio do sistema de ensino superior em Portugal.
Em comunicado, o CCISP lamenta que o subsistema politécnico tenha sido “particularmente prejudicado”, com apenas 67 posições atribuídas às suas instituições. Para o Conselho, esta distribuição desproporcional “amplia desigualdades já existentes” e ignora o papel fundamental dos politécnicos no desenvolvimento regional e na promoção da coesão territorial, áreas que dependem significativamente das instituições de ensino superior localizadas fora dos grandes centros urbanos.
O órgão, onde se inclui os politécnicos de Castelo Branco e Guarda, criticou ainda a composição dos júris de avaliação, formados exclusivamente por avaliadores provenientes de universidades, o que, segundo o comunicado, resultou numa falta de “diversidade necessária para uma avaliação justa e equitativa”.
A entidade diz que os avaliadores desconhecem a realidade específica do subsistema politécnico, o que levou a decisões que “penalizaram injustamente” estas instituições.
O Conselho exige, assim, a revisão do processo e a implementação de medidas corretivas para assegurar que futuros programas de contratação promovidos pela FCT sejam “mais equilibrados e equitativos”. Mais sugere que os critérios de avaliação tenham maior transparência e que os júris incluam representantes tanto de universidades como de politécnicos, garantindo assim uma avaliação mais justa e representativa da diversidade do sistema de ensino superior português.
Refira-se que o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos é um órgão colegial que integra todos os institutos superiores politécnicos públicos, bem como escolas superiores não integradas.