O presidente da Câmara do Fundão alertou o ministro da agricultura e a direção regional de agricultura e pesca do Centro (DRAPC) para a necessidade de rever o programa de adaptação às alterações climáticas. Paulo Fernandes defende um aumento dos valores de referência, nomeadamente nas coberturas para os pomares de cereja, cujo custo real é de cerca de 50 mil euros por hectare, e não os 25 mil que estão previstos.
Na última reunião pública, o presidente da Câmara do Fundão avançou que fez chegar ao serviço de agricultura da região centro, a importância de alterar o programa de apoio para adaptação às alterações climáticas, ligado às coberturas dos pomares de cerejal, “nomeadamente os valores de referência”.
“Aquilo que é a cobertura de pomares em termos de cerejal, estava em menos de metade do custo real. Enquanto nós temos um custo de 50 mil euros por hectar, os valores por hectar que estavam nos programas eram cerca de metade, não chegavam aos 25 mil euros. O que tornava impossível o investimento dos nossos agricultores, tanto que praticamente não houve procura nenhuma de agricultores do Fundão a essa medida, em detrimento dos produtores de maçã, em que o valor era suficiente”, avançou o edil, ainda antes do período da ordem do dia.
Paulo Fernandes afirma que, ao contrário da maçã, a solução para os cerejais custa “sensivelmente o dobro”, sendo por isso necessário aumentar o valor de referência do programa para garantir sustentabilidade aos produtores do concelho.
“Fizemos um cálculo de cerca de 20 milhões de euros que são necessários nos próximos anos para cobrir cerca de 25% da nossa área de cerejal como um linear que poderia ser interessante ou adequado para nos dar garantias, mesmo em anos climatéricos prejudiciais, de sustentabilidade aos nossos produtores”.
Além deste ajuste, o presidente da Câmara do Fundão chamou ainda a atenção da tutela para a necessidade de continuar a fazer o levantamento dos prejuízos relativos à produção de cereja, para que possam ser pensadas e implementadas “medidas urgentes”.