No rescaldo da última Assembleia Municipal do Fundão (AMF), o PS vem, em comunicado, concluir que o executivo suportado pelo PSD, “está dividido há três anos e que a sua saída prematura da liderança da autarquia conduziria a uma instabilidade política e à ingovernabilidade do município.” Paulo Fernandes já respondeu e considera a interpretação do PS “errónea e até um pouco abusiva”.
O PS faz uma leitura política da tomada de posição do Presidente da Câmara, que garante que vai cumprir o seu mandato até ao fim e manter a sua neutralidade na corrida eleitoral “a que assiste diariamente nos corredores da sua autarquia há três anos”, acrescenta o Partido Socialista, para quem, o facto político relevante, “é que Paulo Fernandes não reconhece a nenhum dos candidatos, do seu seio, condições para assegurar uma liderança equilibrada e estável. Não confia neles para um cenário de estabilidade institucional, razão pela qual não abandonou o cargo a meio, como lhe sugeriu o seu antecessor.”
O PS do Fundão saúda “a coragem política” e a clarificação que o Presidente da Câmara do Fundão fez na Assembleia Municipal, mas não pode deixar de sublinhar que “as clivagens e clima de hostilidade permanente instalado nos corredores do município, tiveram e vão ter inevitáveis custos e impactos negativos para a qualidade do exercício executivo, especialmente em ano eleitoral.”
Por essa razão, o PS Fundão garante que “estará especialmente atento e vigilante às instrumentalizações eleitorais que os vereadores protocandidatos decidam fazer dos seus poderes e pelouros”.
Neste cenário, a “estabilidade mínima prometida pelo presidente da autarquia será, na verdade, a instabilidade garantida”, conclui.
Paulo Fernandes considera esta interpretação “errónea” e sai em defesa do executivo que lidera, recordando que as suas declarações, na última assembleia, foram pela positiva.
“Perante a experiência extraordinária de trabalho nestes anos todos, seria impossível para o presidente da Câmara, em consciência e sempre pela positiva, estar a escolher entre aqueles que possam ser os melhores entre os melhores da sua equipa. Isso não faz sentido, foi assim explicitado na última assembleia, com esta clareza, e parece-me erróneo e até um pouco abusiva a interpretação política que está a ser feita pelo PS.”
O presidente da Câmara do Fundão mantem-se em funções até ao fim, “como disse desde o primeiro dia”, para cumprir “o compromisso com os nossos eleitores, eleitores que deram tantas maiorias ao projeto que lidero dentro do que é o quadro partidário do PSD e, obviamente, estar até ao fim dos mandatos”, garantindo que o executivo vai manter “o foco e o seu compromisso naquilo que são os interesses fundamentais do nosso Fundão”.