Decorridos mais de 50 anos, os “Quadros Vivos” voltam a apresentar-se ao público, no dia 25 de março, pelas 21:00h, na Praça de Portugal, junto à Igreja Matriz, no Teixoso (Covilhã).
Os “Quadros Vivos” constituem uma das “manifestações mais válidas e remotas da dramaturgia da região” escreveu o maestro Campos Costa, impulsionador e estudioso desta tradição no século XX, citado em nota da junta da União de Freguesia Teixoso e Sarzedo.
Também Jaime Lopes Dias, natural do concelho de Penamacor, historiador e etnógrafo da região, considerou os Quadros Vivos “percursores de alguns auto de Gil Vicente”.
De testemunhos orais, existe referência para a representação dos Quadros Vivos sobre uma roda de madeira, em 1970, no primeiro centenário da elevação da Covilhã a cidade, ainda nesse ano na Feira de São Tiago, na freguesia do Teixoso (véspera da Festa de Senhora do Carmo e em agosto, na Festa de Nossa Senhora dos Verdes. Em 1984, mas sem roda, os” Quadros Vivos” da responsabilidade do grupo de teatro “Grande Círculo”, realizaram-se no salão paroquial da vila.
No início do novo milénio foi feita uma tentativa, mas sem sucesso e no final de 2022 o atual executivo da junta de freguesia da UF Teixoso / Sarzedo “desafiou alguns dos atores amadores participantes nas representações de 1970 e António Sousa Pais, filho de um dos últimos ensaiadores de teatro com raízes populares, para dirigir os atores.
A população também respondeu à chamada e está constituído um grupo com cerca de uma dezena de voluntários que estão a ensaiar com regularidade.
A roda de ferro mecânica com a intervenção de Ramiro Bulha e de funcionários da autarquia local, foi posta a funcionar. A decoração do pano que reveste a roda, foi feita por pintor amador Carlos Sardinha.
Estão reunidas as condições para que no próximo dia 25 de março, 21:00h, no adro da igreja, dois Quadros Vivos, “A Morte do Justo” e “A Morte do Pecador” voltem a apresentar-se ao público.