Museu Arqueológico Municipal José Alves Monteiro, no Fundão, promoveu visita às escavações da Quinta do Ervedal, em Castelo Novo, para mostrar o trabalho de 18 anos que ali tem sido realizado e assinalar a colocação da primeira sinalética no local.
As primeiras escavações começaram em 2007, sem a noção da expressividade do local “10 hectares de expressão de materiais à superfície”. Trata-se de um sítio romano com uma ocupação que vai dos finais do século I e que se prolonga até finais do século VI depois de Cristo.
Segundo a arqueóloga municipal e diretora científica do projeto de investigação, Joana Bizarro, já foram identificadas duas termas romanas, “uma integrada num edifício habitacional e outro complexo termal com outras dimensões, com uma estrutura arquitetónica imponente que tinha a capacidade de ser um edifício publico, de ser acessível à população que vivia aqui, na época romana, nos arredores da Quinta do Ervedal.”
Esta descoberta indicia não só que aquele era um espaço com alguma vida social, como também indicia alguma urbanidade, “que ainda temos de aprofundar no quadro da ocupação romana deste território. Não sabemos se estamos perante um sítio de carácter urbano, proto urbano, se perante um sítio de carácter rural.”
O acervo ali encontrado já integrou exposições temporárias promovidas pelo Museu Arqueológico Municipal do Fundão, dedicadas à Quinta do Ervedal e “aguarda o Centro de Interpretação deste sítio.”
Apesar da primeira sinalética ali colocada, “este local ainda não vai ser visitável, temos aqui já algumas estruturas que nos permitem a identificação das escavações já feitas, mas teremos que esperar pela organização do circuito, pela receção ao visitante e depois, de forma mais livre, poderá ser feita uma visita.”
Até lá, ou em simultâneo, ainda há muito trabalho de escavação e interpretação do local que vai continuar através de parcerias com universidades e escolas que tem levado jovens a participarem nas escavações durante o período de férias escolares.














