A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) identificou, através de um estudo divulgado ontem, uma posição de monopólio da oferta hospitalar privada em cinco concelhos do país, entre eles Idanha-a-Nova e Penamacor.
No estudo “Concorrência no setor hospitalar não público”, a Entidade Reguladora da Saúde identificou altos níveis de concentração de oferta hospitalar privada, com potencial “posição dominante” e até monopólio, em quase metade dos concelhos, sobretudo no interior do país.
Pelos níveis de concentração identificados, verifica-se mesmo a “posição de monopólio” nos concelhos de Idanha-a-Nova e Penamacor, aos quais se juntam Vila Nova de Foz Coa, Freixo de Espada à Cinta, e Barrancos.
Ao todo, são 133 concelhos portugueses com níveis de concentração alta da oferta privada, sendo que em 88 existem operadores privados com uma posição potencialmente dominante.
Um outro dado, dá conta de quem em 2021 as famílias gastaram 1043 milhões de euros em hospitais privados, o dobro do que gastaram em 2011.
No mesmo documento, o regulador aponta os riscos desta situação para utentes e Serviço Nacional de Saúde (SNS). Pode ler-se que “em regiões com elevados níveis de concentração, os prestadores privados podem exigir condições contratuais mais favoráveis, designadamente preço mais elevado a pagar pelo SNS, sob pena da não adesão à convenção e da não prestação de cuidados de saúde aos utentes do SNS”.
O estudo da ERS incide sobre “os 57 operadores dos 94 hospitais e dos 124 estabelecimentos de ambulatório que se consideraram atuar de forma integrada com os hospitais”.