A plataforma pela abolição das portagens nas antigas scuts do interior afirma que “a engenharia financeira do ministério das finanças prevaleceu sobre o bom senso e o cumprimento de promessas que seria repor a circulação nestas vias sem custos para o utilizador. Em causa está a publicação da portaria que reduz o preço das portagens em 2024.
De acordo com aquela entidade “o governo adoptou a mesma estratégia de 2021, quando, através do ministério das finanças, decidiu anular todos os diplomas anteriores” o que se traduziu “numa redução em média de 30% sobre os preços de 2020 e não de 50% como tinha sido aprovado na Assembleia da República”.
A portaria agora publicada “anula a que foi promulgada em 2021, pelo que o desconto de 65 por cento vai voltar a incidir sobre as tarifas base de 2011” o que se traduz num pagamento de 6 euros e 80 cêntimos para os veículos de classe 1 na A 23. Na A 24 o preço a pagar é de 4 euros e 90 cêntimos e na A 25 de 5 euros e 50 cêntimos. Já na A 22 (Via do Infante) a tarifa estimada é de 4 euros e 10 cêntimos. Valores que, de acordo com a plataforma “não incluem qualquer aumento em 2024” exigindo o organismo que “tal não venha a acontecer”.
A entidade acrescenta que o governo “já sabia em 2011 que cerca de 25 por cento das receitas se destinam a cobrir os famosos custos de cobrança, desde a manutenção dos pórticos ao software da gestão do sistema” e questiona “porque se mantêm as portagens senão para pagar «contratos leoninos» em que certamente os conflitos de interesses existem. Para receber 10% de receitas, o governo prefere liquidar os restantes 25% dos contratos e não reflectir aquela percentagem em mais uma redução”.
Para a plataforma “a falta de mobilidade na Beira Interior, mais do que um custo de contexto, é uma das razões pelas quais as dinâmicas económicas são inexistentes e isso também é evidente na necessidade premente em planear e implementar a intermodalidade de transportes ferrovia/rodovia. Sobretudo numa região em que o PART não funciona e o passe mais caro do país dentro do concelho da Covilhã é apenas de 120 euros/mês”.
No âmbito das acções de luta para exigir a reposição do regime sem custos para o utilizador, a plataforma vai contactar, no início de Janeiro, os presidentes e secretários-gerais dos partidos democráticos com grupo parlamentar para reunir com aquela entidade e “assumirem posições claras, inequívocas e firmadas sobre a reposição das scuts no interior, devendo essas reuniões ter lugar na região”. Para dia 6 de Fevereiro está agendada a realização da conferência “reposição das scuts na A23, A24 e A25 e a mobilidade e sustentabilidade do Interior” que vai decorrer na cidade da Covilhã.