O Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário e Calçado da Beira Interior denuncia a postura das associações patronais nas negociações do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) para 2025. De acordo com o sindicato, as entidades patronais recusaram-se a discutir aumentos salariais dignos e melhorias no subsídio de refeição, levando ao encerramento das negociações sem acordo.
As negociações entre a Federação dos Sindicatos da Indústria Têxtil, Vestuário, Calçado e Curtumes (FESETE) e as associações patronais terminaram sem consenso. “Mais uma vez, as associações patronais demonstraram a falta de vergonha e de respeito por quem trabalha e lhes cria a riqueza”, afirma, em comunicado, o sindicato da beira interior.
A FESETE e os sindicatos filiados propuseram um aumento salarial de 150 euros sobre os valores de 2024 e uma atualização do subsídio de refeição para 6 euros/dia. No entanto, as associações patronais rejeitaram as propostas, recusando-se a discutir valores superiores aos atuais 2,50 euros/dia.
Diante do impasse, o sindicato reviu a sua proposta para uma atualização gradual do subsídio de refeição, começando em 3,50 euros em 2025 e atingindo os 6 euros em 2028. “Esta proposta não é a que desejamos, mas seria para nós uma forma aceitável de elevarmos o valor do subsídio de alimentação dos trabalhadores que estiveram mais de 20 anos sem qualquer atualização”, explicam.
Apesar desta concessão, os representantes patronais mantiveram a sua posição, sugerindo um aumento de apenas 0,15 cêntimos para 2025 e, até 2028, aumentos indexados ao salário mínimo, o que resultaria num subsídio de apenas 3,10 euros ao final desse período.
O sindicato destaca ainda que a empresa sediada na Boidobra, Paulo de Oliveira, uma das envolvidas no processo, obteve em 2023 um lucro líquido superior a 11,9 milhões de euros, mas mantém o subsídio de refeição nos valores mínimos. “A resposta a esta afronta não vai faltar”, ameaça a estrutura sindical.
Face ao impasse, a FESETE e os seus sindicatos filiados apelam aos trabalhadores do setor para que se mobilizem e lutem por aumentos justos nos salários e no subsídio de refeição, com efeitos a partir de janeiro de 2025.