A expetativa da presidente da junta do Souto da Casa, Dores Ladeira, para a edição deste ano é grande, até porque “estamos a verificar, de ano para ano, que a tradição está mais presente nas pessoas.”
Uma tradição que serve para assinalar o dia em que o povo do Souto da Casa se revoltou contra a família Garrett que os impediu de cultivarem os terrenos do Carvalhal, na Gardunha. Terras que tinham desde sempre sido amanhadas e cultivadas pelo povo.
“Para mim, este foi o primeiro 25 de abril e a primeira revolução de Portugal, porque em 1890 não seria fácil enfrentar uma opressão tão forte como foi aqui no Souto da Casa isto está bem presente nestas gentes da rama do castanheiro.”
O dia começa às 8h 30m, com a arruada pelas ruas da aldeia a que se irão juntar as crianças da escola e do grupo de bombos. Depois do içar da bandeira, na sede da junta de freguesia, haverá um pequeno almoço convívio, no largo de S. Gonçalo, para dar força para o caminho, pela serra, até ao Carvalhal.
Às 13h a presidente da junta lança um morteiro desde um penhasco, para anunciar que é hora de partilhar o almoço.
“Mesa farta para todos, o feijão no forno, que é um chamariz muito grande, o pão cozido a lenha que as pessoas se empenham em ter esta gastronomia que é muito típica do Souto da Casa”.
A animação prossegue até às 15h 30m, altura da descida com paragem em vários locais emblemáticos, como os Quatro Caminhos. Já na aldeia, os bombos percorrem as ruas para encerrar o dia em que o Carvalhal é de todos os que estiverem presentes e responderem “É nosso!” à pergunta:
– De quem é o Carvalhal?