O presidente do Sporting da Covilhã, José Mendes, afirmou este sábado que, mesmo não tendo nesta altura contrato com nenhum jogador e equipa técnica, continua a alimentar a esperança de poder competir na II Liga 2023-24, caso haja equipas que não cumpram os pressupostos financeiros.
“Não quero iludir ninguém, mas vou continuar à espera dos prazos da Liga de Futebol e que sejam tomadas decisões, para saber em que escalão vou militar e formar o plantel”, disse à RCB. O líder dos serranos acrescenta que “para já, ainda não descemos de divisão, ainda temos fé que iremos ficar na II Liga. Sei o que é que se passa no futebol. Eu não quero iludir ninguém, mas vamos lutar até à última gota e, se tivermos de ir à terceira Liga, é a maneira de fazermos uma festa para subir outra vez, mas precisamos de quem nos apoie”, sublinhou José Mendes, no final do jantar do centenário do clube, realizado numa unidade hoteleira da cidade e que contou com mais de 300 pessoas presentes.
Segundo o dirigente, “o plantel vai ser construído com calma, porque o clube está à espera de alguma confirmação”. José Mendes frisou também que nenhum jogador ou treinador tem contrato com o Covilhã e que continua a cumprir todos os compromissos.
“Ao contrário de outros clubes que estão na II Liga e que não fazem contas com os jogadores que vão embora, o Sporting da Covilhã arruma as contas com toda a gente e, por isso, está disponível para competir no futebol profissional”, salientou, no final da cerimónia à comunicação social.
Os presidentes da Liga Portugal, Pedro Proença, Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, Associação de Futebol de Castelo Branco, Manuel Candeias, Mário Raposo Reitor da UBI, Carlos Martins presidente da União de Freguesias Covilhã e Canhoso e José Armando Serra dos Reis, vice-presidente do Município da Covilhã, marcaram presença no evento.
Retomando o tema da possível manutenção na II Liga, o dirigente serrano referiu que “caso o Sporting da Covilhã venha a ser convidado pela Liga para continuar no segundo escalão, tem condições para apresentar no próprio dia os pressupostos financeiros exigidos, como sempre tem acontecido”. Recordo que estão outros clubes à frente do Sporting Clube da Covilhã, e vou aguardar serenamente, com calma. Mas não tenho dado nenhum sobre a matéria. Não vou iludir ninguém. Vamos com calma e vamos esperar para ver o que é que vai acontecer”, vincou José Mendes.
A nova época vai começar em julho, mas ainda não há data oficial. Durante o jantar do centenário, o presidente da Liga, Pedro Proença, elogiou a gestão financeira do presidente dos ‘leões da serra’, para além de ter aprendido muito com José Mendes, quando ele foi, também, por duas vezes dirigente da Liga Portugal e destacou o Sp. Covilhã, como sendo o “único clube das competições profissionais que não tem passivo”.
Quanto ao presidente da FP Futebol, Fernando Gomes, enalteceu o excelente trabalho realizado por José Mendes, nestes últimos 19 anos à frente do clube e o esforço feito por “um clube do interior, com as dificuldades todas do afastamento do poder central, na qual espero que volte rapidamente ao futebol profissional, que é o lugar onde merece estar, sem esquecer a construção em breve, da Academia de Futebol de Formação do clube. É importante que isso aconteça”. Disse.
O presidente da assembleia geral do clube, Jorge Gomes, enfatizou que o Sporting da Covilhã é “um símbolo de identidade e de união”, com “uma história gloriosa, mas o melhor ainda está por vir”, o que o faz olhar “para o futuro com esperança e determinação”. José Mendes alertou também, que os serranos precisam de receitas e adiantou que a SAD ainda não foi constituída por não terem aparecido investidores e que já “perdi muitas verbas”, com a descida de divisão.
José Armando Serra dos Reis, enalteceu o grande historial do clube e o trabalho feito por José Mendes e outros dirigentes que passaram pelo clube, e reafirmou ainda a continuidade do apoio da autarquia covilhanense ao Sp. Covilhã, onde, por exemplo, na última sessão privada da câmara municipal, “foi aprovado pelo executivo e por unanimidade um apoio significativo para a conclusão das obras no estádio Santos Pinto”, afirmou o vice-presidente da autarquia covilhanense.
Durante a cerimónia, foram ainda homenageados pela direção de José Mendes, empresários, ex-autarcas (Carlos Pinto, Jorge Pombo e Jorge Patrão, por exemplo), ex e actuais jogadores (alguns a título póstumo), ex-treinadores, ex-dirigentes, ex-colaboradores, ex e actuais funcionários, para além da própria direção ter homenageado também o presidente José Mendes (está no cargo à praticamente 19 anos – 22 de setembro próximo) e os autores dos livros sobre a história do clube (João de Jesus Nunes e Carlos Miguel Saraiva).
Alguns ex-treinadores e jogadores também estiveram presentes: Vieira Nunes, Fanã, João Cavaleiro, João Salcedas, Babá, Celso Maciel, Paulo Roberto, Rui Barros, Nazaré, Tó Real, João José Pereira, Margaça, Pedro Taborda, Tarantini, César Brito, Dani Matos, Milton Cornélio, Pedro e Paulo Moiteiro, Joanito, Carlos Miguel Xistra, Carlos Serra, Nando, Velho, Lázaro, Eduardo Prata, António Fazenda, entre outros, como dos atletas da presente temporada: Gilberto, Jaime Simões, Igor Araújo, João Traquina e Gildo. Carlos Cruz, sócio nº 1 do SCC, João Carlos e Deivison (ex-atletas), presidentes do clube e SAD do Portimonense, e Rui Costa, presidente do SL Benfica, enviaram mensagens de parabéns pelos 100 anos do Sporting Clube da Covilhã.
Destaque pela negativa para o Sporting Clube de Portugal, que não esteve presente, nem sequer enviou mensagem de felicitações pelo centenário da sua filial nº 8. A Casa da Covilhã em Lisboa esteve também presente no jantar comemorativo, por João Romano (representante da instituição na cidade serrana).