O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) manifestou-se contra a solução que está a ser desenhada para o futuro das 165 crianças do Colégio das Freiras, que será encerrado no final do presente ano letivo na Covilhã. Num comunicado emitido após a “Caminhada pelo direito à educação”, realizada no passado sábado, o sindicato critica a ausência de um compromisso claro com a gestão pública do infantário “Bolinha de Neve”, que poderá vir a ser reativado.
Apesar de reconhecer a importância da reabertura do espaço, o SPRC contesta que esta possa ser feita sob gestão de uma IPSS, em vez de uma entidade pública. O sindicato lembra que o edifício pertence ao Estado — através do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social — e defende que, por isso mesmo, a resposta educativa ali instalada deve ser pública.
Em particular, o sindicato mostra “estupefação” com as declarações do presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, que afirmou estar disposto a financiar as obras necessárias para a reabertura, mas que considera indiferente o tipo de gestão que venha a ser implementado. Para o SPRC, esta posição representa um “desbaratar do dinheiro dos nossos impostos” e uma abdicação do dever constitucional do Estado em garantir uma rede pública de educação pré-escolar.
“A reabertura do ‘Bolinha de Neve’ é fundamental, mas é inaceitável que o Estado continue a transferir responsabilidades para o setor privado”, afirma o sindicato, recordando que, em 2024, havia 324 crianças em lista de espera para creche no concelho.
A presença do sindicato na caminhada organizada pela Comissão de Pais teve como objetivo reforçar a exigência de soluções públicas para as crianças, famílias e trabalhadores afetados pelo encerramento do colégio.