O sindicato têxtil da Beira Baixa está a realizar, até à próxima sexta-feira, um conjunto de plenários em várias empresas da região com o intuito de negociar a melhoria das condições salariais para os trabalhadores do sector cuja negociação “foi mal fechada” nos lanifícios e há ainda negociações a decorrer no vestuário.
Em comunicado, aquela estrutura sindical afirma que, no sector dos lanifícios “mais uma vez as associações patronais recusaram valorizar as categorias profissionais e aumentar o subsídio de alimentação” o que significa que continuam a ser “os trabalhadores de salário mínimo nacional e aos ainda pretendem retirar dias pelo falecimento de familiares. A associação patronal empurra para as empresas a responsabilidade de aumentar, mas os empresários não decidem dessa forma e, quando confrontados com as reivindicações nas empresas, dizem que a obrigação é aplicar o mínimo”.
O sindicato têxtil acrescenta que “as empresas estão atoladas de trabalho e exigem aos trabalhadores trabalho máximo, de segunda a domingo, feriados e férias. A alguns trabalhadores é exigida a realização de trabalho diário de 12 horas e ainda são explorados os imigrantes de forma ilegal e criminosa”.
Para o sindicato, actualmente o sector enfrenta uma completa “desumanização das relações laborais”, acrescentando que “não se trata de falta de mão de obra, trata-se desorganização pela aceitação de trabalho ao qual sabem que não vão conseguir cumprir com os prazos de entrega e de explorar quem trabalha”.
Depois da realização dos plenários, a estrutura sindical afirma que vai dar nota das conclusões, mas afirma desde já que “só a luta organizada e consequente vai travar esta ofensiva recorrente à retirada de direitos e permite que se alcance a valorização das categorias profissionais e, muito concretamente o aumento do subsídio de alimentação para os 4.50€ que teve um incremento vergonhoso de 15 cêntimos”.