Dezenas de técnicos auxiliares de saúde (TAS) do Hospital da Covilhã fizeram greve esta segunda-feira, 25 de março, concentrando-se à porta daquela unidade hospitalar para reivindicar o reconhecimento da carreira, em vigor desde janeiro deste ano, que ainda não foi aplicada aos ainda assistentes operacionais do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira.
Entre as 15h e as 17 horas desta segunda-feira estiveram concentrados à frente do Hospital da Covilhã, meia centena de profissionais de saúde que ainda não viram a sua situação de carreira transitada.
Desde 2008 os assistentes operacionais têm negociado a valorização da carreira de técnico auxiliar de saúde. Reivindicação que foi cumprida pelo governo, no início deste ano, mas não pelo Centro Hospitalar da Cova da Beira.
“A partir de 1 de janeiro essa carreira entra em vigor, o que é certo e verdade é que neste hospital não entrou. O decreto lei diz também que a lista nominativa de quem passa a TAS tinha que sair até 15 de janeiro. Estamos em finais de março e ainda não há nada e a resposta que temos lá dentro é nada. O que nós temos é uma mão cheia de nada”, explicou, em declarações à RCB, António Cardona, da delegação distrital de Castelo Branco do Sindicato da Função Pública.
António Cardona considera “ridículo” o silêncio do conselho de administração, esclarecendo que a “única coisa que é dita é que não têm pessoas, não têm tempo, não têm nada”, sendo “certo que os trabalhadores continuam na mesma situação”.
O sindicalista acrescenta que está também em causa as remunerações. “Com a subida de escalão, sobem o escalão remuneratório. Estamos a falar de 50 euros por mês, mas quanto mais tempo demoram a subir o escalão, mais retroativos vão ter de pagar, menos dinheiro os trabalhadores vão levar para casa nessa altura e as pessoas não merecem isso. Isto é uma luta nossa e é uma luta ganha por isso acho ridículo o que se está a passar aqui”, apontou.
Mas o silêncio do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira não se resume apenas às listas nominativas de transição para a carreira especial de técnico auxiliar de saúde.
António Cardoso explica que em 2019, “houve um aumento salarial no qual o governo atribuiu mais 35 euros ao salário mínimo da função pública e com isso conseguiram tirar os pontos todos que os trabalhadores tinham, os CIT” e, em novembro, foi assinada uma circular conjunta da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e Direção-Geral das Finanças (DGTF) que “vem no âmbito de dar igualdade à função pública e os obriga a pagar esses valores que nos foram tirados”. Valores que ainda não foram pagos, diz António Cardona, e sobre os quais “nem se ouve falar” no CHUCB.
O sindicato da função pública diz que se esta greve e concentração “não resolver” os problemas atuais, vão para outras lutas, através de outras ações a ser discutidas internamente entre os sindicatos nacionais e delegações distritais. “Eles têm que nos ouvir lá dentro e têm que nos dar o que é nosso por direito”, conclui.
A RCB tentou contactar o presidente do conselho de administração do CHUCB, mas ainda sem sucesso.