Este ano, a Tomada do Carvalhal no Souto da Casa, vai ser diferente. Os 134 anos do grito “O Carvalhal é Nosso” marca o arranque das comemorações do 50º aniversário do “25 de abril” no concelho do Fundão e por isso, o próximo dia 14 de fevereiro, vai ser inteiramente dedicado aos “gritos de liberdade”.
Depois do desafio lançado pela presidente da Junta de Freguesia do Souto da Casa, em dezembro passado, o município do Fundão, através da comissão para as celebrações dos 50 anos do 25 de abril, decidiu inserir a Tomada do Carvalhal no programa comemorativo, “sem pôr em causa a popularidade da tradição”, apontou o presidente da Câmara na apresentação do plano.
De acordo com Paulo Fernandes, a intenção é aproveitar aquela tradição – que marca a sublevação do povo para recuperar uma propriedade que pertencia à freguesia – para fazer uma “homenagem aos gritos de liberdade, que ainda ecoam na nossa memória, no nosso léxico de combate, político e de cidadania”.
“Esses gritos, essas expressões icónicas da liberdade, para os mais jovens podem ser vistos, espero, como curiosidade, para muitos de nós faz parte até da nossa semântica que utilizamos tantas e tantas vezes em diversos contextos, mais efusivos, da expressão da nossa vontade ou da nossa ideia sobre qualquer assunto”, reforçou o edil.
Marcada para a quarta-feira de cinzas, 14 de fevereiro, a Tomada do Carvalhal este ano arranca com o lançamento de 50 foguetes alusivos aos 50 anos da revolução de abril, seguido de uma arruada com os Bombos do Souto da Casa.
Entre o içar da Bandeira e a caminhada até ao Carvalhal, são inauguradas na Capela de São Gonçalo, duas exposições. Uma sobre aquela manifestação popular realizada há 134 anos, e outra sobre os “Livros Proibidos pelo Estado Novo”.
Já no cimo da serra, é dinamizada uma sessão de “microfone aberto” para que “qualquer pessoa possa expressar o que é esse grito de liberdade”, explicou Paulo Fernandes, dando conta que haverá também o colóquio sob o tema “Se a canção ainda é uma arma”, para onde, avança, estão a ser convidados “nomes grandes” da música de intervenção “para estarem no Carvalhal a partilhar esta reflexão”.
Na Tomada do Carvalhal deste ano está ainda prevista a plantação de um carvalho alusivo aos 50 anos de abril.
Para além do que a comissão e a junta de freguesia do Souto da Casa têm previsto, também a editora Alma Azul se associou ao certame, com uma sessão de leitura comunitária também dedicada ao tema da liberdade.