A petição entregue pelos moradores de Vale de Prazeres e Mata da Rainha a exigir mais informações sobre a instalação de um parque eólico naquele território, foi acolhida pela União de Freguesias. Em janeiro, está prevista uma ação de sensibilização dirigida à população, antes de ser tomada a decisão final.
O movimento cívico de Vale de Prazeres e Mata da Rainha, representado por Carla Serrão, esteve presente na última assembleia municipal do Fundão e lembrou que o primeiro ato enquanto movimento foi “apresentar à mesa da Assembleia de Freguesia, no passado dia 28 de outubro, de uma petição com 270 assinaturas, conseguidas em 10 dias, a exigir uma sessão de informação antes da assinatura para a instalação de um parque eólico nos terrenos” da freguesia.
Petição que também foi entregue ao executivo da câmara e à assembleia municipal de 20 de dezembro, mas que já foi acolhida pela União de Freguesias em questão.
“A sessão de sensibilização será realizada no mês de janeiro, se tudo correr bem, já com a presença da empresa para garantir esclarecimentos técnicos. Optámos por nem sequer trazer este ponto à ordem de trabalhos desta sessão, precisamente por isso. Para deixar que, em primeiro lugar, ocorra a sessão de sensibilização que permite informar todas as pessoas dos prós e dos contras deste projeto, e só depois é que traremos novamente este ponto à assembleia de freguesia para decisão”, confirmou o presidente da junta, José Silva, na assembleia de freguesia de 26 de dezembro.
No entanto, o presidente da câmara do Fundão, explicou, uma semana antes, que considerou não estarem reunidas “todas as condições” para trazer o projeto à AM, “enquanto não tivesse a perceção do estudo de impacto ambiental”.
“Por isso o que mandei responder ao promotor é que enquanto não tivéssemos uma análise do que são as questões de impacto ambiental, não iria trazer à Assembleia Municipal aquilo que é, eventualmente, a declaração de interesse municipal, que é, entre aspas, um possível desbloqueador daquilo que é um processo de licenciamento”, reiterou Paulo Fernandes na última reunião do órgão.
Carla Serrão, porta-voz do movimento cívico, reforçou a importância de os cidadãos estarem envolvidos em decisões que comprometem o futuro da freguesia e questionou o Executivo sobre eventuais projetos previstos para a região. Em resposta, Paulo Fernandes revelou que “está previsto um projeto fotovoltaico de grande dimensão”, mas que já foi rejeitado enquanto projeto de interesse nacional, o que não inviabiliza, para já, a sua concretização.