A união de freguesias da Covilhã e do Canhoso considera que a câmara municipal ainda está a tempo de tratar o processo de requalificação do edifício do antigo acondicionamento têxtil para ali instalar a unidade de saúde familiar “Herminius”. Em comunicado o presidente da autarquia manifesta a sua estranheza pelo facto de o município ter optado pela solução de requalificação do imóvel em detrimento de uma construção de raiz.
Neste comunicado, a união de freguesias recorda que em 2020 foi criada a unidade de saúde familiar “Estrela” mas que acabou por não se efectivar. Situação que levou, em Março do ano passado, à constituição da unidade “Herminius”, composta por cinco médicos, sete enfermeiros, cinco secretários clínicos e cinco internos com o intuito de “fomentar a prevenção da doença, através da prestação de cuidados médicos” com um público alvo de 10 mil utentes. A estrutura está a funcionar nas instalações do centro de saúde da Covilhã “sem as condições necessárias e dignas à prestação de cuidados de excelência”.
A junta de freguesia sublinha que o edifício do antigo acondicionamento têxtil foi arrendado à ANIL por 25 anos “com uma renda mensal de cinco mil euros”, tendo sido aprovado pelo actual executivo municipal “depois de três concursos públicos a adjudicação de obras de requalificação por um valor superior a 800 mil euros” e questiona se “entre rendas e obras de reabilitação, não seria mais vantajoso a construção de um novo edifício”.
O presidente da união estranha que o município da Covilhã “não tenha optado por um dos muitos edifícios que tem, ou até pela construção de raiz num terreno próprio”, e lamenta que “para além da sede da USF e do centro de actividades, o imóvel vai também albergar uma empresa privada na área da saúde” interrogando “a lógica de o espaço do rés do chão não ser para a USF, quando muitas das pessoas que vão usufruir deste serviço tem mobilidade reduzida”.
Para além de deixar críticas ao facto de nunca ter sido ouvida em todo o processo, a união de freguesias sublinha que o município “ainda está a tempo de travar este processo e construir um edifício que vá de encontro às necessidades dos utentes e com um custo mais baixo” e disponibiliza-se para realizar, em conjunto com o município “uma visita a vários locais onde a unidade de saúde familiar poderia ser edificada”.