A unidade de intervenção da Covilhã da unidade local de saúde da Cova da Beira realizou esta semana com sucesso o seu primeiro procedimento de aterectomia rotacional, conhecido como rotablator. O dispositivo é utilizado no tratamento de obstruções das artérias coronárias e representa “um avanço importante na oferta de tratamentos cardíacos na região” refere em comunicado aquela unidade de saúde.
A tecnologia do novo equipamento vem complementar os procedimentos de alta complexidade já disponíveis na unidade. De acordo com o seu coordenador, Marco Costa “o recurso a este dispositivo era essencial para dar continuidade ao trabalho e responder às necessidades dos utentes com angioplastias complexas”, especialmente devido à alta prevalência de doença coronária calcificada na região.
O Rotablator é indicado para tratar obstruções coronárias causadas por grandes quantidades de cálcio. O procedimento utiliza um cateter com uma ogiva coberta de microdiamantes que, ao girar entre 150 a 160 vezes por segundo, realiza a ablação do cálcio, facilitando a abertura da obstrução e a subsequente colocação e expansão do stent.
O primeiro procedimento foi realizado num utente com uma lesão de mais de 90% numa artéria circunflexa, caracterizada por uma grande extensão de doença severamente calcificada. A utilização do cateter com a ogiva diamantada fragmentou a placa de cálcio, desobstruindo a artéria e preparando-a para a colocação do stent. No pós-operatório, o utente apenas precisou de repouso e vigilância de 24 horas, tendo alta no dia seguinte, com menos queixas de angina, resultando num melhor prognóstico.
A técnica de aterectomia rotacional, seguida da colocação de stent, está agora disponível para as equipas especializadas da Unidade de Intervenção da Covilhã, que vão utilizar o dispositivo conforme necessário. Desde o início de Fevereiro que esta unidade já realizou 686 procedimentos, dos quais 206 foram angioplastias.