O serviço de intervenção cardiovascular da unidade local de saúde da Cova da Beira deu início à realização de procedimentos de desnervação renal. As primeiras intervenções foram realizadas “com sucesso”, o que constitui como “um marco importante na resposta à hipertensão arterial resistente na região” refere em comunicado aquela unidade de saúde.
A desnervação renal é um procedimento minimamente invasivo, destinado ao tratamento da hipertensão arterial difícil de controlar, particularmente em doentes que mantêm valores tensionais elevados. Embora não substitua a medicação “é uma ferramenta adicional capaz de reduzir a tensão arterial de forma mais consistente ao longo do dia e com menos picos e variações, algo difícil de alcançar apenas com tratamento farmacológico” refere a ULS da Cova da Beira.
Para Joana Delgado Silva, cardiologista de intervenção e responsável pelas primeiras intervenções, a utilização desta técnica representa “uma mudança estrutural na resposta aos doentes do interior do país, pois é um passo muito relevante em termos de equidade no acesso à saúde”. A médica refere que “até agora os doentes da região com hipertensão difícil de controlar tinham de viajar para centros distantes, muitas vezes mais de 200 km, para poder realizar a desnervação renal. Para muitos, isso significava adiar ou até desistir de um tratamento que poderia ajudar a alcançar um melhor controlo da tensão arterial.”
Joana Delgado Silva acrescenta ainda que “com a disponibilização deste procedimento na Cova da Beira, os doentes recebem tratamento avançado perto de casa e evitam deslocações longas, custos de transporte e impacto familiar. Mostra que um hospital do interior pode oferecer tecnologia e inovação ao nível dos grandes centros nacionais. Mais do que um novo procedimento, isto significa levar cuidados de saúde de elevada diferenciação a quem deles necessita, independentemente do local onde vive.”
Ao iniciar a realização deste procedimento, a unidade local de saúde da Cova da Beira integra agora o grupo de centros nacionais que disponibilizam esta terapêutica inovadora. Trata-se de um investimento que “reforça a capacidade assistencial da região e consolida o compromisso com a inovação e a equidade no acesso aos cuidados de saúde” refere a instituição.














