No Souto da Casa a tarde de domingo foi de festa com a apresentação do livro de António Lourenço Marques, “A luta pela liberdade: Souto da Casa documentos”, e da peça de arte comunitária, em tecelagem, “O castanheiro”.
A obra de arte foi feita pela comunidade, a partir de um dos ícones do Souto da Casa, o castanheiro visível em quatro fases, tantas quantas as das estações do ano. Trata-se de um candeeiro que a partir de agora vai iluminar a Capela de S. Gonçalo.
A encerrar o terceiro e último mandato à frente do Souto da Casa, Dores Ladeira, aproveitou a ocasião para deixar um caderno de encargos, em jeito de legado, aos futuros executivos da junta de freguesia. Dois projetos que, na sua opinião, valorizariam ainda mais esta aldeia do concelho do Fundão, a sua história e as suas tradições.
“Cumprirem o sagrado sonho coletivo da classificação desta genuína manifestação identitária como património cultural imaterial e até das inadiáveis tarefas relacionadas com a futura instalação de um centro pedagógico de interpretação do Carvalhal.”
O livro, de António Lourenço Marques, inserido nas comemorações dos 50 anos do 25 de abril, no concelho do Fundão, reúne “documentos publicados em livros poucos acessíveis” e procura “lembrar que a luta pela liberdade tem de ser sempre feita e que a liberdade não é algo que esteja sempre disponível”, referiu o autor.
António Lourenço Marques destacou a importância dos documentos, que traduzem momentos que contaram com a presença de gente do Souto da Casa.
Um desses documentos, é a lista da Comissão de Socorro aos presos políticos do distrito de Castelo Branco, elaborada pela PIDE “que adicionou informação de vigilância política”. Outro documento, é uma carta endereçada a Salazar, em 1959, onde são denunciadas as torturas da Polícia Política “denunciando, inclusivamente, mortes, é uma carta muito violenta para esse tempo”.
A atuação do Grupo de Cantares Ponto e Linha, abrilhantou o início e o final da cerimónia.