Os dados dos últimos quatros anos, da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana apontam para a existência de 12.871 denúncias de violência no namoro.
No Dia dos Namorados, que esta sexta-feira se assinala, as forças de segurança realizam campanhas de alerta para a violência no namoro e divulgam dados “que continuam a ser muito preocupantes”.
A GNR avança que, no ano passado, registou 1.592 crimes de violência no namoro, mais 95 do que em 2023, e realizou cerca de 250 ações de sensibilização em todo o território nacional. Os dados ainda são provisórios, mas servem para para assinalar o Dia dos Namorados e para promover a campanha “Estamos cá para te ajudar”.
Em 2024, no âmbito desta temática, a GNR realizou cerca de 250 ações de sensibilização, que contaram com a participação de mais de 430 militares, tendo sido sensibilizados mais de 10.700 alunos.
A Guarda Nacional Republicana está a realizar a campanha “Estamos cá para te ajudar” que visa “sensibilizar para a importância da eliminação de todas as formas de agressão em relações de namoro, especialmente entre os mais jovens, onde esses comportamentos são precoces, evitando a sua repetição no futuro”.
A Polícia de Segurança Pública indica em comunicado ter recebido, em cinco anos, 9.923 denúncias por violência no namoro, que tem em curso nas escolas a campanha de sensibilização “No Namoro Não Há Guerra”.
De acordo com a nota, em 2019 foram recebidas 2.185 participações; em 2020, 2.051; em 2021, 2.215; em 2022, 2.109; e, em 2023, 1.363. “No que concerne a 2024, os dados ainda não se encontram totalmente consolidados”, refere a PSP.
Já a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulga, pela primeira vez, as suas estatísticas. O ano passado, a associação apoiou 1.023 vítimas de violência no namoro, 322 dos quais pediram ajuda enquanto ainda estavam na relação, sendo a maioria mulheres.
De acordo com a associação, a maioria das vítimas tem entre 18 e 44 anos e 691 recorreram ao apoio após o término da relação, sendo 87% mulheres;
“A violência no namoro é uma realidade que não pode ser ignorada. Nenhuma forma de violência é aceitável”, refere a APAV..
Linha de Apoio à Vítima: 116 006 (dias úteis, 08h00-23h00, chamada gratuita e confidencial)
Esta sexta-feira, a Coolabora, cooperativa de intenção social, na Covilhã, que assinala 17 anos de existência, associa-se, como o faz já há vários anos, à campanha mundial One Billion Rising que desafia organizações e pessoas do mundo inteiro a manifestar através da música e da dança o seu repúdio pela violência contra as mulheres e as raparigas que continua a matar.
Na manhã desta sexta-feira, 14 de Fevereiro, elementos da Coolabora estiveram na Escola Secundária Quinta das Palmeiras a dinamizar jogos educativos para estudantes do 9º ano sobre a violência no namoro.
Ao final da tarde, entre as 18h00 e as 19h00, e já no espaço da CooLabora acontece um momento de dança colectiva para o qual convidamos todas as pessoas que não aceitam esta violação dos direitos humanos.
“Apesar de toda a informação e sensibilização a violência de género não diminui e por isso continuamos a mostrar que não vamos parar de lutar”, salienta a Coolabora.