No ano em que se assinalam os 75 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o festival Wool – Covilhã Arte Urbana anuncia um novo projeto que visa alargar a experiência da arte urbana e do seu roteiro a pessoas com deficiência intelectual ou física, o “Wool + | Arte Urbana mais acessível”.
Aprovado pela Direção Geral das Artes com a oitava melhor classificação, o projeto do mais antigo festival de arte urbana do país surge pelo “desejo da organização alargar esta experiência que oferece a Arte Urbana e em específico o Roteiro WOOL, a pessoas com deficiência intelectual e/ou física (motora, auditiva e visual) ou outras necessidades específicas”, permitindo com que a arte dialogue, como definido desde o início, com “todos os públicos”.
Estruturado em quatro fases sequenciais, o WOOL + arrancou em novembro deste ano com uma residência artística assente num “processo participativo e de co-criação” entre o artista Mantraste e um grupo de utentes da APPACDM da Covilhã, explica a organização em comunicado.
Desta residência vai resultar um mural de azulejos que se junta a outros dois murais do WOOL já existentes na Covilhã. Nesta segunda fase, que será desenvolvida em abril de 2024, está prevista a inclusão de “um conjunto de recursos de acessibilidade”, como sejam “réplica táctil, audiodescrição, língua gestual portuguesa, linguagem clara, alternativa e aumentativa”.
O objetivo é “promover o acesso e a melhor experiência de visitação” a pessoas com deficiência ou outras necessidades. “Uma ação pioneira em Portugal e no estrangeiro”, avança a organização do festival de arte urbana.
A inauguração do mural e dos novos recursos é feita num “momento de celebração” de dois dias que contempla visitas guiadas ao roteiro WOOL com um intérprete de língua gestual portuguesa, com audiodescritor e num tuk tuk elétrico adaptado a cadeiras de rodas; uma conversa sobre o encerramento do projeto; o espetáculo “O Tamanho das Coisas” de Alex Cassal; um concerto da banda “5ª Punkada” e ainda duas oficinas de criação inclusiva.
A quarta etapa do projeto tem lugar em setembro do próximo ano, onde é inaugurada a exposição fotográfica “WOOL +” de Miguel Oliveira e a apresentação do filme documental do realizador Vasco Mendes. A mostra de fotografia será ainda levada ao Museu Nacional do Azulejo.
Com o apoio da República Portuguesa e Alto Patrocínio do Presidente, WOOL + permite, desta forma, “explorar todas as possibilidades e o potencial criativo” da arte urbana, “promovendo e apoiando o exercício” do direto à cultura e o acesso à fruição e criação cultural.