A Semana Criativa da Covilhã regressa entre os dias 8 e 14 de novembro para a sua segunda edição. Com um programa “diversificado” de atividades, entre conferências, apresentações, oficinas, visitas e espetáculos, o grande destaque deste ano vai para a exposição “EntreTecido”.
A iniciativa que “pretende marcar cultural e socialmente” o concelho da Covilhã está de regresso e, a partir deste ano, todas as edições arrancam a 8 de novembro, naquele que é o Dia Municipal da Cultura. Data que assinala a entrada da cidade na rede da UNESCO, explicou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, a vereadora da cultura Regina Gouveia.
Na semana em que “a criatividade é destacada e alargada para o espaço público”, há algumas novidades, mas também a continuidade de “experiências anteriores e apostas consolidadas”, como é o caso do ciclo «Industrial – Encontros com a Cidade Fábrica», que se mantém nesta segunda edição e que “tema ver com a relação entre artes, design e património”.
“Como é que as artes e o design podem salvaguardar o património cultural e património industrial, seja ele material ou imaterial. É neste âmbito que estamos a trabalhar, interligando com outras apostas”, aponta Regina Gouveia.
Através de visitas a fábricas têxteis do concelho, dirigidas aos alunos do secundário, e painéis de conferências pretende-se oferecer “perspetivas sobre a relação entre artes, design, criatividade e salvaguarda e valorização do património industrial”, com destaque para os “bons exemplos e boas práticas da região”, nomeadamente do Fundão, Castelo Branco e Guarda. Tudo isto aliado à sustentabilidade.
“Estamos a trazer para a segunda Semana Criativa empresas, artistas que têm a ver com esta relação e centramo-nos sobretudo daquilo que tem a ver com o têxtil. Trazemos empresas que trabalham a transformação de roupa usada, de desperdícios de fábricas para produzir novas matérias, artistas que têm feito esta ponte entre a arte e a sustentabilidade”.
Mas o “grande destaque” deste ano, refere a vereadora, vai para a exposição “Entretecido”, no Teatro Municipal da Covilhã. Com curadoria de Vasco Pinho, a instalação pretende “dar a conhecer o tecido criativo” de 10 designers residentes no concelho, com trabalhos próprios, evidenciando “os artistas que estão a trabalhar com a nossa matéria prima”, explica o curador do ateliê de design de interiores e arquitetura.
Todo o espaço foi modelado “a partir de tecidos e desperdícios fabris” e Vasco Pinho revela que também está a ser pensada uma peça “chamativa” e “polémica” para a fachada do teatro, de modo a “chamar a atenção da comunidade para o que se passa” lá dentro.
Para além da exposição, que vai ficar patente até janeiro de 2024, a segunda edição da Semana Criativa da Covilhã acolhe o lançamento da “Rota Portas do Sol: À Descoberta do Centro Histórico”, um centro histórico virtual, explica Regina Gouveia, que vai desde a Praça do Município até ao largo de Nossa Senhora do Rosário e termina no Teatro Municipal.
“Um projeto muito inovador a nível nacional porque se centra nos centros históricos e na sua valorização e dinamização, algo em que temos vindo a apostar através de outros eventos”, afirma. Aqui a vantagem é que “qualquer pessoa pode conhecer o centro histórico a qualquer hora, de forma autónoma, sem qualquer guia, apenas através de um equipamento multimédia. E isto serve tanto para a comunidade como para turistas”.
Da segunda Semana Criativa da Covilhã faz ainda parte a apresentação da Trienal Internacional de Design da Covilhã, o “evento de maior dimensão do plano de ação do primeiro quadriénio da Covilhã enquanto cidade criativa do Design”, diz a vereadora, e a apresentação da Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas da UNESCO, que decorre no próximo ano em Braga.
Num programa “diversificado” e dirigido a todas as idades, a Semana Criativa propõe outras atividades que vão desde visitas orientadas a espaços culturais, workshops e oficinas criativas, sessões literárias para crianças e adultos, concertos e momentos de dança e ainda o desfile anual de upcycling Tea & Cheese.