O ex-vice para o futebol profissional, foi ontem à noite cooptado presidente do Sp. Covilhã, após informação do líder da MAG, que, estranhamente, não anunciou o resultado da votação.
Esta decisão tomada por Francisco Moreira, gerou grande contestação na reunião magna do Sporting da Covilhã, realizada no auditório dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.
O representante máximo de todos sócios, não só daqueles que estiveram na AG, entre, muita confusão, nervos, descontrole total, gritaria e anarquia, com todos os presentes a falarem e ninguém se entender, acabou por não anunciar o resultado da votação (a RCB apurou que foram 59 ou 62 votos (dúvidas, mesmo na contagem por parte da MAG, contra a eleição de voto de braço no ar), dos 159 associados que estiveram no auditório BVC, sendo que, mais ninguém teve direito a votar (abstenção e a favor).
Este foi, o momento de maior contestação na assembleia geral do Sporting da Covilhã, na qual, terminou, inclusivamente, sem a acta ter sido analisada e votada em minuta e com Francisco Moreira, a não querer ouvir as razões e criticas dos sócios, que queriam votar e não conseguiram fazê-lo.
Inclusivamente alguns associados chamaram esta atitude do presidente da MAG de “A Grande Golpada”, de “AG da vergonha de falta de democracia interna e que deixa o clube ainda mais desunido”.
O sócio Hugo Duarte chegou mesmo a dizer que não iria votar naquela situação, que desejava eleições antecipadas já, sem esquecer que o próprio presidente da MAG, lhe tinha dito e garantido que “a votação iria ser feita por voto secreto”.
O espectáculo degradante vivido (ânimos exaltados em demasia), foi motivado pela decisão de Francisco Moreira, no último ponto da ordem de trabalhos (cooptação do vice-presidente, Joel Vital, para presidente da direção, quando apresentou a proposta aos sócios se queriam a eleição de braço no ar e/ou voto secreto, quando todos esperavam que fosse, como manda a lei (apesar de ser tradição no clube, haver votações com mão no ar), por voto secreto.
Curiosamente até havia uma urna de votos presente na sala.
Com tudo isto, Joel Vital foi assim, cooptado presidente da direção até maio de 2026 (2º ano de mandato), que também garantiu que o acto eleitoral será antecipado para o final da época desportiva 2025-26, assunto corroborado por Francisco Moreira.
O próprio Joel Vital, disse aos jornalistas, que não concordou com esta condução de trabalhos.
“A maioria dos sócios presentes, não votando, cooptou o presidente”, disse.
Acrescentando que “o não foi votado, o sim estava com quase dois terços, mas devia ter-se levantado o braço para ser mais claro. Compreendemos o desgaste do presidente da assembleia geral, mas poderia ter conduzido melhor os trabalhos nesse ponto”, disse o presidente.
Joel Vital acabou por não se dirigir aos sócios depois de cooptado, uma vez que “não havia condições”, justificou.
O novo líder dos serranos disse que “ainda me dirigi à mesa para falar, mas não havia condições”, vincou, concluindo que “a assembleia deveria ter sido melhor dirigida. Foi isso que levantou este burburinho”.
Joel Vital voltou a defender que este não é o momento para eleições no Sporting da Covilhã. “O clube não está, nesta altura em condições de poder ir a votos”, garantindo que tal “deve acontecer no final da época”.
“Nós queremos levar o clube até final de maio, cumprir com tudo o que foi prometido no início da época a fornecedores, patrocinadores a toda a gente e no final da época há eleições”, disse ainda.
“Neste momento temos o mercado de janeiro para preparar, neste momento não é o ideal ir para eleições”.
O dirigente voltou a frisar que “não está agarrado a nada” e todas as decisões “serão sempre dos sócios”.
“Nós estamos de peito aberto, de cara lavada, não estamos presos a nada. Queremos sustentar isto até maio e depois que possa vir alguém ajudar o clube. Se for alguém da Covilhã, com dinheiro da Covilhã melhor ainda, mas eu duvido muito porque nós batemos às portas todas, dos possíveis investidores que ganham milhões na Covilhã e não há 1 euro”, afirma.
No que diz respeito às contas 2024-25, a assembleia geral aprovou as mesmas por maioria, com 8 abstenções.
Também por aqui, o clube serrano não está bem, uma vez que, houve um saldo negativo de 126 mil euros 8resultado líquido na última época, cerca de 332 mil euros de passivo total no clube), para além da SDUQ ter dado 350 mil euros de prejuízo, na última época.
Joel Vital frisa que é preciso inverter esta situação, colocando o assento tónico na SDUQ, que deve mais de €700 mil ao SCC.
“A SDUQ traz um grande transtorno. Se formos pegar nas contas de há dois anos, só o clube, dava lucro de cerca de 30 mil euros. Neste resultado de hoje, o clube, sem a SDUQ, dava um resultado positivo acima dos 200 mil euros. Cabe-nos a nós arranjar uma solução, mas os sócios terão sempre a última palavra no modelo de gestão que pretendem para o clube”, disse, reforçando que os investidores que recentemente apresentou “não são os finais” outros poderão surgir.
A assembleia geral do Sporting da Covilhã, foi, de facto, muito participada e logo no período antes da ordem do dia foram várias as vozes que mostraram a sua insatisfação com a forma como o clube tem comunicado com os sócios, fazendo anúncios em conferencias de imprensa e entrevistas (em particular à RCB, por Francisco Moreira e Joel Vital) de pontos importantes para o futuro do clube.
Em algumas das intervenções foram pedidas eleições, considerando que “a direção está fragilizada, projecto falido e com um presidente que tinha pedido a sua demissão, tal como, outro director, David Timóteo, e voltaram com a palavra atrás”, e ainda a questão relacionada com a conferência de imprensa de “apresentação de dois investidores, à pressa e da constituição de uma eventual SAD”, entre outros temas.
Por entre as críticas ouviram-se vozes a apelar à união e à paz entre todos os sócios, rematando que “não há uns sócios do sim e outros do não, mas sócios do Sporting da Covilhã”, um apelo que Joel Vital também repetiu.
“O ruído dos sócios é bom. Os sócios podem e devem sempre manifestar-se. Este ruído que o Marco Gabriel, por exemplo, há pouco falou é bom, nós queremos e precisamos que os sócios tenham voz, porque se os sócios perderem a voz a direção vai fazer sempre o que quer e nós não queremos isso. Queremos é união”, concluiu.
Por último referir que Carlos Raposo, 1º suplente do conselho fiscal, passou para 1º relator do órgão liderado por Carlos Mineiro da Costa, substituindo no cargo, Serra Duarte, que faleceu este ano.
No final da reunião magna de sócios do Sp. Covilhã, pairou no ar, uma eventual impugnação da mesma, por parte daqueles associados que não tiveram a oportunidade de votar no ponto 6 e último da convocatória.
Joel Vital diz que “os sócios são livres de fazerem o que bem entenderem. São soberanos. Eu só queria mesmo, é que todos estivéssemos unidos em torno do clube. Todos somos necessários, para ajudar o Sp. Covilhã, que não vive uma boa situação desportiva e financeira. Agora, o importante, é ganhar no sábado e seguir em frente na Taça de Portugal, com o apoio de todos”. Disse à RCB.















