O sindicato dos professores da região centro considera que a melhoria das aprendizagens “não depende da existência de exames ou provas de final de ciclo, mas da melhoria de condições de trabalho”. É desta forma que a estrutura sindical reage às medidas anunciadas pelo ministério da educação sobre a avaliação externa dos alunos.
Em comunicado, o sindicato refere que a posição do ministério da educação “é uma mudança de forma, mas que, na prática mantém tudo na mesma: muda o nome, de provas de aferição para provas de monitorização de aprendizagens, e mudam os anos em que elas se realizam, deixando de ser nos 2.º, 5.º e 8.º para passar a ser no final dos 1.º e 2.º ciclos”.
A estrutura acrescenta que a realização de provas de aferição não tem um formato de exame de final de ciclo, “onde parece que o grande objectivo é mesmo o da disputa entre escolas e da publicitação dos resultados, acrescentando aos rankings o que estes têm de pior: a promoção de certos privados e a estigmatização das escolas públicas”.
O sindicato questiona ainda “como se conseguirão manter confidenciais os enunciados para se repetirem em anos seguintes e também quem irá digitalizar as respostas dos alunos do ensino secundário que vão fazer os exames em papel”. Uma missão que “não vai ser feita pelos professores que já hoje estão sobrecarregados de trabalho”.
A terminar o comunicado, o sindicato dos professores da região centro sublinha que as medidas anunciadas pelo ministério da educação representam “um retrocesso ao tempo em que os governantes consideravam que a melhoria das aprendizagens se consegue com a realização de provas e exames e a publicitação de mapas comparativos dos resultados, o que não é verdade”. Uma melhor aprendizagem dos alunos “será sempre o resultado da melhoria das condições de trabalho nas escolas que promovem essas aprendizagens com professores em número necessário, menos alunos por turma e apoios adequados às necessidades dos estudantes”.