A cidade de Castelo Branco recebe a primeira marcha do orgulho LBTQIA+ Albicastrense no próximo dia 14 de setembro. A iniciativa visa celebrar a diversidade, mas, sobretudo, fazer “uma luta firme pela transformação”.
Organizada pelo grupo MOA, a marcha assume-se como uma manifestação. “Em cidades conservadoras, como é o caso das cidades do interior, e com a galopante ascensão da extrema-direita”, estes movimentos de “resistência” têm mais do que nunca, “um papel fundamental”, aponta o movimento em comunicado.
Entre as principais reivindicações da MOA estão o acesso a um Serviço Nacional de Saúde que respeite e entenda as questões LGBTQIA+; a inclusão de serviços de saúde e educação sexual na cidade e nas freguesias, que não se limitem à visão “cisheteronormativa”, e a disponibilização de apoio psicológico adequado em escolas e universidades.
O manifesto destaca ainda a necessidade de proteger as características sexuais e de género de pessoas intersexo como um fenómeno natural da sexualidade humana, sem a imposição de procedimentos médicos para se conformar a padrões sociais.
A MOA defende ainda a intersecção de identidades, lembrando que as pessoas da comunidade com deficiência enfrentam múltiplos estigmas e que a comunidade trans, especialmente as mulheres trans negras e migrantes, continuam a ser alvo de uma violência desproporcional.
No mesmo comunicado, o manifesto critica também o uso da comunidade LGBTQIA+ por grandes empresas que lucram com o “pinkwashing” durante o mês de junho, mas que, no restante do ano, ignoram as suas necessidades e continuam a explorar trabalhadores em condições desumanas. A MOA deixa claro que a sua luta “não é apenas pelos direitos LGBTQIA+, mas por todas as comunidades marginalizadas e oprimidas”.
“Marchamos para desafiar as estruturas de poder que nos oprimem, os dogmas da cisheteronormatividade e os privilégios de quem nos nega direitos básicos”, afirma o manifesto.