Os alpetrenienses querem o Palácio do Picadeiro aberto ao público e com conteúdos renovados, um posto de turismo a funcionar, com rotas e passeios pela vila e pela Gardunha, um miradouro e as fontes de água limpas e recuperadas. São algumas das propostas que foram apresentadas pela população, em resposta ao repto lançado pela Assembleia de Freguesia que quis, com esta iniciativa, reavivar os anseios de Alpedrinha.
Passado um ano das eleições autárquicas e depois da casa arrumada, a assembleia entendeu que era importante “reavivar os anseios que Alpedrinha tem” e desafiar a população a apresentar ideias para o desenvolvimento da vila. No total foram 12 os proponentes que responderam à chamada, entre instituições e particulares, e apresentaram cerca de uma centena de propostas para a vila, excedendo as expetativas do presidente da Assembleia de Freguesia, João Freitas.
“Superou as minhas expetativas. Primeiro, pelo inusitado, depois, porque não é frequente, não é costume, mas foi um bom ponto de partida. Agora, o ponto de chegada vai ser com a Câmara Municipal, com o Governo da República, com as instituições que estão no meio deste processo, para ver se conseguimos levar Alpedrinha para a frente.”
Do conjunto de propostas, a presidente a junta de freguesia, Isabel Justino, destaca aquelas que traduzem uma preocupação coletiva.
“O palácio do Picadeiro, que a população quer ver aberto ao público, o turismo, onde se deve investir bastante e ter um posto de turismo a funcionar como tal, é urgente arranjar os espaços verdes, porque temos um jardim que está deteriorado, temos um projeto e estamos a aguardar que nos seja cedido, o muro junto à rotunda do Cerejal, vários alcatroamentos que já foram prometidos às populações e não têm sido feitos, o rebaixamento da EN18 e a realização de passeios e os esgotos a céu aberto, que é inconcebível no ano em que estamos, haja esgotos a céu aberto numa vila como Alpedrinha.”
Da junta de freguesia, exclusivamente, depende a manutenção dos espaços verdes e da via pública, porque a maior parte das propostas apresentadas precisa de outro tipo de financiamento.
“Agora temos de arranjar forma de transmitir a outras entidades para podermos levar a cabo, pelo menos, algumas das propostas apresentadas e que representam a vontade da população de Alpedrinha e que Alpedrinha merece, porque parece que está abandonada há algum tempo.”
Isabel Justino entende que as propostas devem agora ser compiladas e enviadas para a Câmara do Fundão ter conhecimento de quais são os anseios de Alpedrinha, como a construção de uma pista de desporto, ciclovia, marcha e atletismo da zona de Sto. António à Quinta do Tabaco, para onde existem várias propostas, todas no sentido de transformar a quinta, que é propriedade da junta de freguesia, num espaço de lazer.
A valorização do caminho romano, a construção de um parque infantil, o alargamento do horário do ATL, transportes públicos com mais horários, a reutilização do antigo quiosque da vila, a recuperação da arte do ferro forjado, a retirada dos cabos aéreos da zona histórica, a distribuição de flores pelos residentes e um concurso para premiar as ruas mais limpas e floridas, foram outras das ideias dos alpetrenienses, apresentadas, ontem à noite, numa sessão pública, com a presença de alguns dos seus promotores.