É o maior orçamento desde 2012, quando se iniciou o plano de reajustamento financeiro da autarquia fundanense, quase metade destina-se a habitação. Os documentos previsionais para o próximo ano foram aprovados ontem, na reunião pública do executivo, com a abstenção da bancada do Partido Socialista.
Um valor que não tem em conta nenhum tipo de endividamento e que fica a dever-se, sobretudo, ao investimento na Estratégia Local de Habitação que representa quase metade do orçamento para o próximo ano.
“Podemos estar a falar de 33 milhões de euros de investimento num ano, que é um valor brutal, estamos perante um esforço de investimento enorme, claramente empurrado por atrasos associados aos investimentos na área da habitação que se estão todos a concentrar nos próximos dois anos”.
Do bolo de investimento também fazem parte obras no âmbito do PRR, no valor de cerca de 6 milhões de euros, como concretiza o presidente da autarquia fundanense, Paulo Fernandes.
“A requalificação da escola sede do Agrupamento Gardunha e Xisto e da escola de Silvares, não são todos no mesmo ano, mas temos aqui, provavelmente 3,5 milhões de euros. Temos também a requalificação do quartel da GNR, a obra está adjudicada e estamos próximo de arrancar com esses trabalhos e a Unidade de Saúde Familiar”.
Outras intervenções de grande dimensão, em fase de conclusão, mas que ainda pesam no orçamento de 2025 são o Cine Teatro Gardunha e o CAET – Centro de Apoio a Empresas Tecnológicas. O alargamento da zona industrial do Fundão, o regadio a sul da Gardunha, a eficiência energética e o apoio aos prejuízos provocados pelos incêndios também mereceram destaque.
Segundo o autarca, todos os investimentos previstos têm financiamento assegurado a 100 ou a 85%, com a exceção da rede viária onde está previsto um investimento do Município de um milhão de euros.
Os vereadores do PS abstiveram-se na votação dos documentos previsionais para 2025, por apostarem em áreas com as quais o PS está de acordo, como explicou a vereadora Joana Bento.
“Nunca poderíamos estar contra um financiamento a 100% como é aquele da Estratégia Local de Habitação, claro que isso empola o orçamento, mas só nos preocupa se conseguimos executar a maior verba que tem o concelho do Fundão, em termos regionais, nesta estratégia. No mais, o Cine Teatro, a ampliação do espaço empresa, o quartel da GNR são questões que vêm de anos anteriores, que não mereceram a nossa discordância e também não é hoje que a vão ter.”
Relativamente às freguesias, o orçamento prevê um aumento de 4,54%, que acompanha o aumento do FEF (Fundo de Equilíbrio Financeiro), para além de 100 mil euros de aumento para apoio ao investimento, que passou para 560 mil euros.
Os documentos ainda regressam ao executivo, no próximo dia 16 de dezembro, depois de ouvidos os partidos com assento na Assembleia Municipal do Fundão, o que deverá acontecer na próxima segunda-feira.
