A Câmara Municipal do Fundão (CMF) reagiu ao estudo publicado pela DECO Proteste que indica o Fundão como o município que apresenta uma das faturas mais elevadas do país no que respeita a consumos anuais de água, saneamento e resíduos acima de 180m3 anuais.
Em nota enviada aos órgãos de comunicação social, a autarquia fundanense começa por sublinhar que 180m3 anuais correspondem a um consumo mensal de 15m3. “No caso em particular do concelho do Fundão, dos 17.807 contratos de abastecimento de água apenas 258 correspondem a consumos superiores a 15m3”, aponta.
A CMF esclarece “que apenas 1,4%”, ou seja, um pouco mais de 1% dos consumidores do Fundão são abrangidos por este patamar de consumos.
“Só um exercício alarmista e ambientalmente repreensível poderia querer comparar tarifários que penalizam o consumo excessivo de água com outros que nem o tratamento de efluentes cobram”, frisa a CMF.
Nas contas feitas pelo município do Fundão, admitindo que dos 258 contratos do Fundão que apresentam um consumo acima dos 15m3 mensais, todos os consumidores que forem beneficiários de descontos para famílias numerosas ou utentes de cartão social municipal, terão descontos de 50% sobre a fatura, “coloca todos os restantes consumidores acima dos 15m3 como clientes de utilização supérflua de água, a que juntamos a título de exemplo, as regas de jardins com água tratada ou o abastecimento de piscinas para fins de lazer”.
A entidade reguladora (ERSAR) define os 10m3 como o referencial de consumo médio de uma família e de comparação à escala nacional. “Nesse campo, o tarifário do Fundão apresenta um padrão médio e anualmente validado pela entidade reguladora, e que cumpre integralmente a lei das finanças locais nomeadamente na cobertura de custos”, afirma a edilidade, que promete continuar a lutar “por ser um concelho atrativo, competitivo e que respeita os mais elementares princípios de proteção do ambiente e valorização dos seus principais recursos e do planeta”.
O município garante que a sua prioridade será sempre, “não a de financiar o preço da água, mas a de garantir uma política social forte que garanta que todos têm acesso a um bem essencial”, conclui.