Mais de 15 entidades e coletivos LGBTQIA+ de vários pontos do país assinaram uma nota de repúdio e solidariedade contra as recentes ameaças feitas pelo grupo extremista Habeas Corpus à primeira Marcha do Orgulho LGBTQIA+ de Castelo Branco, marcada para o dia 14 de setembro.
No documento, as organizações expressam “indignação e repúdio” pela mais recente tentativa de intimidação da marcha do orgulho LGBT pelo grupo de extrema-direita, que ameaça fazer um reconhecimento da iniciativa e intervir caso haja presença de crianças.
Para os subscritores da nota, tal atitude merece “repulsa e solidariedade na mobilização” para esta primeira marcha na cidade albicastrense.
Os coletivos lembram, na mesma nota, que outros episódios têm acontecido no país e na região. Nomeadamente, a interrupção das apresentações dos livros “O Pedro gosta do Afonso” de Mariana Jones, no Porto, e de Ana Rita Almeida, “Mãe, quero ser um menino!”, em Idanha-a-Nova.
De acordo com o manifesto, os episódios de “violência e ameaças homofóbicas por parte de grupos com uma agenda anti direitos LGBT” é resultado “da legitimação do discurso de ódio”, de uma “ordem internacional” com raízes na “extrema-direita, que incentivam a discriminação e a violência”, em total repulsa à Constituição Portuguesa e da legislação em vigor.
E alertam: “a descriminação e a violência têm raízes materiais que operam nas mais diversas formas da vida em coletivo, uma delas o acesso ao espaço público”.
Todas as organizações de marchas subscritoras exigem, por isso, que “o Governo tome iniciativa e atue, garantindo o desmantelamento necessário destes grupos”, justificando que “não pode existir espaço para que grupos extremistas condicionem a ação de coletivos que defendem os direitos LGBT”.
A primeira marcha do Orgulho em Castelo Branco, lê-se na nota de repúdio, será um “momento de afirmação política no espaço público com o compromisso de transformar e ocupar as ruas com as cores da igualdade, liberdade e do orgulho”, repudiando o Habeas Corpus pelas publicações nas redes sociais, que pretendem intimidar a iniciativa.
“Braga Fora do Armário”, “Marcha de Vizela”, “Marcha do Orgulho do Porto”, “Núcleo Antifascista de Bragança”, ou “Coletivo juvenil de Sintra e Apoiantes” foram apenas algumas das 17 organizações que assinaram a nota de repúdio e solidariedade.