A Covilhã já faz oficialmente parte da Rede de Cidades e Vilas que Caminham, juntando-se a mais 40 municípios portugueses para promover a mobilidade e o usufruto do espaço público para todos. O protocolo de adesão foi assinado esta segunda-feira, 16 de setembro, nos Paços do Concelho, no arranque da Semana Europeia da Mobilidade.
Apesar de ter aderido à Rede em maio deste ano, foi esta segunda-feira que a adesão da Covilhã às cidade e vilas que caminham se oficializou.
“É um ato simbólico, que pretende aprofundar ainda mais o firme compromisso da Covilhã na melhoria das condições para a promoção de uma mobilidade urbana sustentável, com particular enfase na mobilidade pedonal”, referiu o presidente da autarquia na conferência “Mobilidade no espaço público partilhado”, que marcou o arranque da Semana Europeia da Mobilidade e onde estava integrada a assinatura protocolar.
Vítor Pereira afirma que o município quer que os cidadãos “vivam a cidade e a possam usufruir e até tirar partido dos seus declives. Deste sobe e desce que, convenhamos, é um excelente contributo para a prática de exercício físico ao ar livre e uma solução mais económica para fazer desporto”.
Por isso, a adesão à Rede de Cidades e Vilas que Caminham “é sem dúvida mais uma solução que contribuirá para cumprirmos as metas estabelecidas no plano de ação para as energias sustentáveis e o clima e no plano municipal de ação climática”, aponta o edil.
A Rede de Cidades e Vilas que Caminham é uma organização ibérica, operacionalizada em Portugal pelo Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade. Atualmente contam com 40 municípios em todo o país e, de acordo com a presidente do instituto “faltava a Covilhã”.
Paula Teles explicou que o que se pretende “é levar os municípios a não terem medo de implementarem as práticas de mobilidade ativa”, nomeadamente o andar a pé.
Às vezes nós vemos que podemos ter um passeio grande, mas está uma árvore no meio. E porque é que as pessoas andam todas em fila? Porque aquele lancil de 20cm é confortável. E portanto, por vezes temos que fazer estas inversões de desenho urbano com estas mudanças de pavimentos que sejam confortáveis, seguros e inclusivos”, explica a responsável.
Reforçar condições de caminhabilidade, melhorar a qualidade de vida urbana, universalizar a utilização do espaço público, diminuir a emissão de gases poluentes e aumentar a segurança da circulação pedonal e viária são os principais objetivos do projeto.
Os municípios que o integram comprometem-se assim a promover ações com vista à melhoria da caminhabilidade nos seus territórios e beneficiam de ações de formação técnica certificadas, bem como da participação nos congressos organizados pela rede, que reúnem técnicos mas também políticos.
“Nós não somos uma rede que trabalha só com técnicos, queremos trabalhar para técnicos com os políticos, porque sabemos que a decisão tem que vir de cima”, referia Paula Teles.
Para integrarem a Rede de Cidades e Vilas que Caminham, os municípios têm uma anuidade associada que depende da sua dimensão e integração territorial. No caso da Covilhã, esse valor é de três mil euros (s/IVA).
Refira-se que no território da Beira Interior também Guarda, Manteigas e Proença-a-Nova fazem parte desta rede de cidades e vilas, tendo aderido já em 2023.