Desde novembro de 2022 que o Centro para as Migrações do Fundão já formou 70 pessoas estrangeiras na área agrícola. É um dos eixos da valência de trabalhadores temporários do Centro, onde os agricultores podem encontrar soluções para a contratação sazonal.
Numa sessão de esclarecimento sobre contratação de trabalhadores na Associação Distrital de Agricultores de Castelo Branco, o técnico do Centro para as Migrações do Fundão, João Mota explicou que o centro “criou várias formações na área da agricultura, que vão desde as 30 às 50 horas, para que estas pessoas estejam preparadas para fazer as tarefas agrícolas pretendidas”.
As formações iniciaram no final do ano passado, em novembro, e até agora já foram formadas 70 pessoas, das quais 65 já estão empregadas. O que significa que “os empregadores que contrataram estas pessoas viram que as formações tiveram efeito e que estão bem capacitadas para trabalhar”, afirma o técnico do Centro para as Migrações.
No sentido de proteger não só os trabalhadores estrangeiros, mas também os empregadores, o Centro para as Migrações dispõe de uma rede de mediadores que fazem parte da comunidade e que “garantem o trabalho justo e condigno” à população estrangeira.
“Se um agricultor precisar de 30 pessoas para a cereja e não quiser socorrer à subcontratação das empresas que não trabalham de forma legal, pode solicitar ajuda ao município e, depois, com o apoio desses mediadores, é possível conseguir essas pessoas que irão fazer o contrato diretamente com o produtor e onde não haverá qualquer tipo de problema com subcontratos, habitação e tudo o resto que vem associado às outras empresas”, explicava João Neto na sessão de esclarecimento.
A estrutura que opera no antigo seminário do Fundão faculta ainda uma opção que serve exclusivamente de recurso aos empregadores agrícolas. Trata-se de uma residência destinada a trabalhadores sazonais estrangeiros que se encontrem a viver em situações precárias, de forma a garantir o seu acolhimento “por determinado tempo, que depois terá de ser acordado”.
A residência de recurso tem um custo associado de seis euros por dia, mas garante alojamento, água quente, luz, internet e comida, incluindo a “marmita” para o dia de trabalho.
São as três abordagens do Centro para as Migrações do Fundão no campo dos trabalhadores temporários estrangeiros, que qualquer produtor agrícola pode usufruir para garantir a dignidade do trabalho naquele setor, ainda que de forma sazonal.