O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a participar num projeto europeu que visa prevenir os efeitos negativos da medicação na população idosa. Com parceiros em Portugal, Espanha e França, a iniciativa vai colocar investigadores e profissionais de saúde a combater a perda de autonomia e diminuir as hospitalizações dos mais velhos.
Com financiamento europeu de 1,7 milhões de euros, o projeto pretende identificar as boas práticas utilizadas nos três países envolvidos, analisar com os profissionais os potenciais riscos associados aos cuidados de saúde e, posteriormente, elaborar recomendações para melhorar a qualidade de vida da população idosa e prevenir a sua perda de autonomia.
De acordo com Fátima Roque, coordenadora do projeto no IPG, o projeto “STOP-IATRO” funciona em quatro fases, “todas articuladas com os profissionais de saúde das regiões de cada instituição académica envolvida”.
A primeira fase, que identifica boas práticas para evitar os efeitos negativos da medicação, arrancou em janeiro deste ano. Depois vai ser aplicado um questionário a médicos, enfermeiros e farmacêuticos para que as boas práticas possam ser partilhadas entre os profissionais dos diferentes países. Posteriormente serão desenhadas ações “inovadoras” para implementar projetos piloto nas diferentes regiões.
A investigadora do IPG explica que “a otimização no uso de medicamentos em idosos é um grande desafio para os profissionais de saúde” já que durante o envelhecimento ocorrem “importantes modificações fisiológicas que os tornam mais propensos a reações adversas aos medicamentos”, que podem conduzir ao agravamento das suas condições clínicas e, consequentemente, “aumentar hospitalizações e situações de dependência”.
O projeto é liderado pelo Centro Hospitalar Universitário de Tolouse e, em Portugal, conta com a participação do IPG e da Universidade de Aveiro, tendo como parceiros as unidades locais de saúde da Guarda e da região de Aveiro, e outras associações farmacêuticas, de geriatria e gerontologia.