A Junta de Freguesia de Penamacor vai promover uma homenagem aos antigos combatentes do ultramar que são naturais ou estejam a residir na vila. A iniciativa vai decorrer no próximo sábado no antigo quartel, onde funcionou a companhia disciplinar.
Em comunicado a junta de freguesia refere que esta homenagem pretende reconhecer “o papel histórico do descontentamento vivido nas províncias ultramarinas na Revolução do 25 de Abril de 1974 e, consequentemente, do papel destes militares no período revolucionário, sendo que, grande parte ainda hoje sofre os traumas da guerra, mostrando fragilidades tanto psicológicas como físicas”.
O trabalho de investigação foi desenvolvido por Francisco Abreu que identificou mais de 70 militares naturais de Penamacor.
A iniciativa arranca com uma concentração junto ao monumento dos ex-combatentes. Posteriormente os participantes vão rumar ao monumento do combatente, junto ao museu municipal onde vai ser
inaugurada uma exposição documental sobre o tema, que contará com diversos documentos dos homenageados, também recolhidos por Francisco Abreu, como cadernetas militares, períodos e
circunstâncias de embarque, documentos da apelidada «guerra psicológica» levada a cabo pelo Estado Novo, recortes de imprensa, fotografias e outros documentos da época.
A realização de um colóquio no antigo quartel de vila com a participação de Joaquim Furtado, jornalista natural de Penamacor, que, no dia 25 de abril de 1974, foi quem leu o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas, no Rádio Clube Português e também do Capitão de Abril, Duran Clemente e da investigadora Dulce Simões.
A iniciativa, que conta com a colaboração da Liga dos Combatentes e também de uma representação do exército português com militares no activo, integra o programa anual das comemorações
dos 50 anos do 25 de Abril que está a decorrer naquele concelho.