A ideia foi defendida por Paulo Silveira, ex-presidente da assembleia geral da Associação de Beneficiários da Cova da Beira e atual membro da comissão administrativa que gere a associação, em entrevista ao programa “Flagrante Direto” da RCB.
“O que hoje necessita o regadio é de uma revisão, porque há terrenos que estão dentro do perímetro de rega que hoje são pinhais e fora do perímetro já há cultura de pomares e de milho.”
Dos 12.500 hectares de perímetro de rega, apenas 5 mil estão a ser aproveitados, sendo que há mais de dois mil hectares a serem regados fora do perímetro, nas franjas do regadio.
Ao longo destes 40 anos, o tipo de culturas também foi alterando, “o milho, os prados, as ferragens, os pomares, as frutícolas e agora o amendoal, o olival e até a vinha também, e já há canábis, e há também uma experiência de arroz.”
Segundo o presidente da Comissão Administrativa, Vítor Freitas, a revisão do perímetro do regadio pode ser promovida pela comissão que gere atualmente a Associação de Beneficiários da Cova da Beira, mas o trabalho não se avizinha fácil, uma vez que tem de ser feito um levantamento, bloco a bloco.
“Quando os técnicos conseguirem dizer no bloco do Sabugal, Meimoa, Belmonte e Caria, Colmeal da Torre, Covilhã, Fundão, Fatela e Capinha, quais são as áreas que deixaram de ter interesse e, em alternativa, as áreas fora do perímetro de rega que são interessantes.”
Além do levantamento, tem de haver um equilíbrio porque “a água entra num sistema que está sujeito a um dimensionamento hidráulico, não podemos tirar um hectare e colocar 10.”
É um trabalho que está “praticamente concluído” no bloco da Meimoa, mas nos restantes “não está feito”.
Desde meio hectare a 100 hectares, do pequeno agricultor, que ainda pratica agricultura familiar, até ao empresário agrícola com 100 hectares de terreno, o regadio da Cova da Beira é aproveitado por mais de 3 mil beneficiários.