O projeto, que trabalha o trinómio Turismo-Tecnologia-Sustentabilidade, já permitiu a identificação de 12 plantas, na Gardunha, que estão a ser estudadas, na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, no sentido de identificar as suas caraterísticas bioativas, “que possam ser de bem-estar ou de saúde”.
Depois do levantamento, as plantas vão ser trabalhadas em duas vertentes, “uma, a promoção de novos negócios, para que haja um produtor que tire rendimento da cultura deste tipo de plantas e, por outro lado, uma vertente de turismo. O município do Fundão estabeleceu um conjunto de percursos pedonais onde estas plantas nascem e nós queremos promover um turismo sustentável de montanha.”
Segundo Pedro Dinis Gaspar, professor na Universidade da Beira Interior e coordenador do projeto Montanha Viva, a ideia é proporcionar uma experiência diferente de visita, através dos percursos pedestres e da aplicação que vai permitir ao turista, quando chegar ao lado das plantas ouvir uma história “se a planta for aromática pode até ser uma receita de como essa planta pode ser utilizada.”
Pedro Dinis Gaspar explica ainda de que forma entra a tecnologia no projeto que vai também permitir um melhor conhecimento da Gardunha e da sua flora.
“Neste momento, estamos a fazer a aquisição de imagens e estamos a construir bases de dados destas plantas para que depois, através de algoritmos de Inteligência Artificial e com sistemas de monitorização que vamos colocar em diferentes pontos e com câmaras, estes algoritmos consigam detetar, por exemplo, quando é que a planta floriu”.
A ideia é, ainda, mobilizar a comunidade local para que no final do projeto, em 2025, estejam criados não só os percursos e a APP, como também locais de venda das plantas, em seco ou de outras formas, para permitir ao visitante a sua aquisição.