O antigo restaurante “1º de Janeiro”, situado na Rua da Cale do Fundão, reabriu portas no início deste mês de dezembro e, ao contrário do que estava previsto, o espaço não vai acolher o projeto do município “Casa Amália”.
Encerrado há cerca de quatro anos, depois de ter servido o restaurante “Dom Dinis”, o mítico e emblemático espaço da cidade do Fundão volta a estar em funcionamento mantendo o nome original, ao contrário do que era previsto.
Mediante um protocolo assinado em 2020 entre o município do Fundão e a associação “Cale uma Rua Convida”, o local estava projetado para acolher o projeto municipal da “Casa Amália Rodrigues”, mas, de acordo com a vereadora Alcina Cerdeira, “o proprietário decidiu que a finalidade para a qual disponibilizava o espaço, seria para um restaurante integral e dar continuidade aquilo que já tinha sido”.
Com o acordo desfeito, o empresário fundanense que já detém o negócio comercial da Loja da Maria, agarrou a oportunidade de adquirir e recuperar um dos espaços mais emblemáticos de restauração da cidade, continuando com a denominação de “1º de Janeiro”.
João Roxo, que nasceu e cresceu na Rua da Cale, perto daquele espaço e do ajuntamento de tascas que ali havia, explica que “a ideia deste espaço foi sempre haver um elo de ligação entre o passado e o presente”.
“Esse elo funciona a nível de design, decoração e cozinha. A ideia é essa mensagem estar sempre presente. Na cozinha, apesar de termos as migas com entrecosto, cabidela, ou salada de polvo também temos escabeche de pato, portanto vai haver sempre uma mistura muito interessante entre o tradicional e o contemporâneo”, destacou à RCB o empresário João Roxo.
Apesar de não ser a “Casa Amália”, o novo “1º de Janeiro”, para além da gastronomia, também pretende oferecer experiências aos visitantes e a componente da música, que esteve sempre ligada a João Roxo e aos seus investimentos, vai estar presente.
“Vamos estar ligados ao fado, como a Loja da Maria sempre esteve, mas não só. Há muita música para além do fado. O fado faz parte daquilo que é nosso, faz parte da nossa tradição e sendo o nosso restaurante muito ligado à tradição gastronómica, do espaço e da rua, naturalmente, no que respeita à história da música vai estar também ligado, com certeza absoluta”, adianta.
Entretanto, a “Casa Amália” idealizada para expor peças relacionadas com a vida e obra da fadista e explorar a sua relação com o concelho, vai ter continuidade e permanecer na Rua da Cale, numa casa de pedra que “em tempos foi um espaço comercial de móveis antigos”, confirma Alcina Cerdeira, avançando que “está previsto, no início de janeiro, vir ao Fundão a fundação Amália Rodrigues” e que está a ser trabalhado um “protocolo conjunto para a casa ser uma realidade no concelho do Fundão”.