A intervenção social da CooLabora na vila do Tortosendo vai continuar a ser desenvolvida até 2026. O projeto “Quero Ser Mais” foi aprovado pela nona geração do Programa Escolhas, permitindo a continuidade do trabalho de inclusão de crianças e jovens que a associação tem vindo a realizar desde 2010.
Está no terreno desde outubro e prolonga-se por mais três anos. O “Quero Ser Mais” da nona geração pretende contribuir para a “inclusão social das crianças e jovens provenientes de meios vulneráveis através da sua capacitação emocional, pessoal, social e cívica”, para que alcancem o sucesso escolar, perspetivem um futuro profissional e social e se tornem cidadãos ativos.
A coordenadora do projeto explica que os participantes diretos, sobre quem recai “a maior parte das atividades” são crianças e jovens de categoria de risco.
“Depois temos um grupo de pares, com quem trabalhamos nas escolas questões relacionadas com preconceitos, estereótipos, para facilitar a integração. Também trabalhamos com os pais e com uma comunidade, que é a comunidade cigana e a comunidade residente nestes dois bairros do Tortosendo”, explica à RCB Antónia Silvestre.
Ao nível social, a CooLabora segue uma estratégia de intervenção que valoriza e explora a criatividade, quer através das artes ou do desporto, com diversas atividades lúdicas, pedagógicas, culturais e cívicas assentes na mediação, mentoria e treino de competências.
Para esbater “o crescimento de movimentos ideológicos extremistas que levam ao ódio e à violência” e proporcionar o “confronto de ideias”, prevê-se também a realização de espetáculos de teatro, música, dança e vídeo para apresentar à comunidade.
Já a integração escolar vai ser trabalhada com as duas escolas do Tortosendo, onde se incluem crianças dos dois bairros municipais, introduzindo propostas pedagógicas inovadoras em várias disciplinas do ensino básico e apostando no contacto com a natureza e comunidade.
“Quero ser Mais” é um projeto desenvolvido desde 2010, e Antónia Silvestre faz um balanço “muito positivo” da intervenção ao longo dos anos.
“Temos jovens adultos que fizeram um percurso desde 2010 e que hoje estão na universidade ou a estudar; outros estão a trabalhar e encontraram os seus percursos de vida e o projeto terá feito a sua parte para apoiar as suas escolhas”, refere a coordenadora que tem a “noção exata” de que o trabalho desenvolvido “é útil” e que, “de alguma maneira, se expressa nas atitudes e na conduta das crianças”.
Com um orçamento de 230 mil euros e um consórcio com 11 entidades, “Quero Ser Mais” da nona geração está no terreno até 2026, com gestão da CooLabora e promoção do Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto.