Isabel Justino tem expetativas elevadas para a edição deste ano dos Chocalhos, que apostou num novo prato, as migas de ratinho, uma adaptação das migas de grão de Alpedrinha à temática do evento. O nome fica a dever-se aos pratos de barro, designados de ratinhos, com que os beirões se alimentavam quando iam trabalhar nos campos alentejanos. É uma das novidades do certame.
“Temos o prato, que houve tascas aderente, temos os vouchers, temos 48 tascas, muita animação, muito boa disposição e eu acho que vamos ter muita gente.”
Apesar do Festival estar consolidado, a autarca, defende uma aposta maior na gastronomia associada ao Festival.
“Temos que apostar principalmente na parte gastronómica associada à temática, este ano temos várias tascas a servir o ensopado de borrego, por exemplo. Eu acho que temos de apostar mais na gastronomia e animação que acabam por trazer mais gente.”
Tasquinhas, gastronomia, animação, concertos, artesanato, exposições e caminhadas, são os ingredientes do Festival que têm como elo de ligação a transumância.
Celebram-se os pastores e as suas vivencias, percorrem-se os antigos caminhos que levariam os rebanhos aos pastos mais verdejantes, dependendo da estação do ano, e exploram-se os produtos que derivam da pastorícia, como as lãs, o leite, o queijo e a gastronomia.
A temática está também presente da decoração dos espaços e das ruas. Por estes dias, ninguém estranha ver ovelhas, mantas de ourelos ou chocalhos pendurados nas varandas, bordadas de ferro, das típicas casas de pedra de Alpedrinha. Também ninguém estranha o bramir dos animais, o som dos chocalhos e a alegria que acompanha sempre os grupos de música tradicional que percorrem as ruas da vila.
Ao sucesso da festa também não é alheia toda a envolvência da histórica vila, com os seus solares, fontes e monumentos, de que se destaca o Palácio do Picadeiro, que abre as portas aos visitantes no fim de semana da festa, o Chafariz D. João V, que serve de palco aos espetáculos, e a igreja matriz com suas torres que se destacam na paisagem da vila que tem ainda o privilégio de ficar situada aos pés da Gardunha, que lhe serve de pano de fundo.
Os Chocalhos é uma “marca forte” considera Alcina Cerdeira, que “atrai muitas pessoas que vêm apenas para este evento, este fim de semana”. Uma festa para todas as idades que, por norma, esgota os hotéis da cidade e segundo a vereadora com o pelouro da cultura na Câmara do Fundão, em nada colide com a romaria de Santa Luzia, outra festa do concelho que se realiza este fim de semana.
“Dá para conciliar, porque os Chocalhos duram três dias, quem não quiser vir no domingo vem nos outros dias, os públicos também são distintos e os eventos também. A Santa Luzia é uma romaria, tem uma parte profana e a parte religiosa, mas é sobretudo um evento religioso e de fé que leva muitas pessoas sobretudo no dia.”
Alcina Cerdeira, na abertura dos Chocalhos que decorrem este fim de semana em Alpedrinha.